Miguel Oliveira lamentou hoje ter tido um "conjunto insuficiente" para bater o italiano Francesco Bagnaia na luta pelo título mundial de Moto2, que o transalpino assegurou na corrida de hoje, na Malásia.

O piloto português da KTM precisava de recuperar pelo menos 12 pontos para conseguir levar a decisão para a derradeira prova, em Valência, dentro de duas semanas. Em caso de vitória, o luso necessitava que o líder do campeonato ficasse pelo menos em terceiro na corrida disputada hoje no circuito de Sepang. Mas o segundo lugar do português e o terceiro de Bagnaia decidiram as contas do título a favor do italiano.

"Estou orgulhoso da época que fiz. O 'Pecco' [Bagnaia] esteve muito forte ao longo do ano. Foi muito difícil de bater na maior parte das vezes. Era uma questão de um de nós cometer um erro, o que não aconteceu, pois nunca ficámos fora do top10. Estive consistente ao longo da época mas o nosso conjunto não foi suficiente para bater o 'Pecco'", sublinhou Miguel Oliveira no final da corrida.

Partindo da sétima posição da grelha, Oliveira voltou a fazer um arranque forte, saindo da primeira curva já na liderança, que viria a perder a seguir para o também italiano Luca Marini, companheiro de Bagnaia na Sky Racing VR 46, equipa do nove vezes campeão do mundo, o transalpino Valentino Rossi. O português ainda se viu ultrapassado por Bagnaia, baixando à terceira posição.

Com a necessidade de colocar pilotos entre si e o líder do campeonato, sabia-se que o jogo de equipa seria fundamental para a decisão mas o sul-africano Brad Binder, colega de Miguel Oliveira na KTM, esteve hoje uns furos abaixo do que fez na prova anterior, na Austrália, que venceu.

Em sentido contrário, a Sky manteve a sua estrutura afinada e Luca Marini resistiu com unhas e dentes aos ataques do piloto português, sobretudo a partir do momento em que este saltou para o segundo lugar, a 12 voltas do fim, quando ultrapassou finalmente ?Pecco' Bagnaia.

O piloto da Charneca da Caparica chegou a estar a 0,185 segundos da liderança, que lhe permitia adiar a decisão do título para a derradeira jornada, em Valência, no dia 18, mas o meio-irmão de Valentino Rossi nunca desarmou e Brad Binder afundava-se no meio do pelotão, terminando em oitavo, já longe da luta pelo pódio.

A bandeirada de xadrez chegou com Miguel Oliveira na segunda posição, a 1,194 segundos de Marini, e Francesco Bagnaia em terceiro, a 3,020 segundos do vencedor, assegurando já o cetro mundial.

O português da KTM torna-se, assim, vice-campeão pela segunda vez na sua carreira, depois de já ter sido o segundo classificado no Mundial de Moto3 em 2015.

"Foi um campeonato cheio de emoções. Ganhei duas corridas e vou tentar vencer a última prova da temporada", prometeu Oliveira.

Com uma prova por disputar, Francesco Bagnaia já é campeão, com 32 pontos de vantagem sobre o português da KTM.

A Kalex também assegurou o cetro dos construtores enquanto que a Red Bull KTM Ajo, de Miguel Oliveira e Brad Binder, lidera o campeonato de equipas, com 22 pontos de vantagem sobre a Sky Racing VR46.

O Mundial de Moto2 encerra com o GP da Comunidade Valenciana, a 18 de novembro.