Sebastian Vettel e a Red Bull iniciam domingo a perseguição ao quinto título mundial de Fórmula 1, após uma pré-temporada marcada por sucessivos problemas mecânicos, que fazem antever uma tripla ameaça ao recente domínio da escuderia.
Depois de uma época de 2013 que o fez emergir como o mais jovem piloto de sempre a alcançar um quarto cetro consecutivo, o alemão, que terá outro australiano como companheiro de equipa - Daniel Ricciardo (ex-Toro Rosso) em vez de Mark Webber -, procura agora igualar o recorde do compatriota Michael Schumacher, único na história a alcançar cinco títulos seguidos.
Apesar de repetirem o papel de "cabeças de cartaz" da 65.ª edição da competição, Vettel e Red Bull iniciam a nova época envoltos num "manto" de incertezas, dada a dececionante performance nos testes de pré-época, que levou inclusivamente o tetracampeão a antever muitas dificuldades para sequer terminar o Grande Prémio inaugural, na Austrália.
"Neste momento, conseguir terminar uma corrida já será um feito. Se metade dos pilotos desistir, então teremos hipóteses de amealhar alguns pontos", ironizou Vettel, depois do insucesso nos testes realizados no início do mês, no Bahrain. O português António Felix da Costa é um dos pilotos de testes e suplente.
O novo monolugar RB10 revelou-se um "adversário" de última hora para a escuderia anglo-austríaca, que terá de redobrar os esforços, num ano que se adivinha de enorme competição, tendo em conta o poderio de adversários como Ferrari, Mercedes e a surpreendente Williams.
Na Ferrari, o espanhol Fernando Alonso prepara-se para iniciar a quinta temporada ao serviço do emblema de Maranello, mas o maior destaque vai para o regresso de Kimi Raikkonen à marca italiana - pela qual se sagrou campeão mundial, em 2007 -, ocupando o lugar que pertencia a Felipe Massa, que rumou à Williams.
No entanto, a expetativa maior no "Grande Circo" deste ano prende-se com o desempenho da Mercedes, que tem sido apontada como uma séria candidata ao título, não só pelo potencial dos pilotos Lewis Hamilton (campeão em 2008) e Nico Rosberg, mas também pela supremacia que o motor da marca tem revelado, em comparação com os rivais.
Já a Williams, poderá assumir-se como surpresa na edição deste ano e intrometer-se na luta entre trio de favoritos, contando agora com o reforço Massa. Depois de oito anos ao serviço da Ferrari, o brasileiro fará dupla com o ambicioso Valteri Bottas, que se destacou nos testes realizados no Bahrain.
Por seu lado, a McLaren-Mercedes parece surgir arredada desta luta, pelo menos numa fase inicial, embora as aspirações da marca passem certamente por superar o quinto lugar da geral de construtores do ano passado, contando para isso com a experiência do britânico Jenson Button (campeão em 2009) e com a irreverência do estreante dinamarquês Kevin Magnussen, de 21 anos, campeão de Fórmula Renault 3.5 em 2013.
Entre as alterações para o Mundial deste ano, a mais sensível diz respeito aos novos motores V6 Turbo (1,6 litros), que substituem os V8 (2,4), baixando a potência de 760 cavalos e 18.000 rotações para 608 cavalos e 15.000 rotações, o que dará origem a um barulho menos intenso dos motores.
As dianteiras dos monolugares foram igualmente modificadas, com um "bico" mais baixo e um "design" que originou os mais variados comentários, quase todos eles considerando que os "bólides" estão mais feios.
O Campeonato do Mundo de Fórmula 1 de 2014 mantém as 11 equipas do ano transato, enquanto no plantel de pilotos destacam-se as estreias do sueco Marcus Ericsson (Caterham), do russo Daniil Kvyat (Toro Rosso) e de Kevin Magnussen (McLaren-Mercedes), além do regresso do japonês Kamui Kobayashi (Caterham).
O Grande Prémio da Austrália volta a ser o primeiro de um calendário com 19 provas, registando-se o regresso do GP da Áustria, ausente desde 2003, e a estreia do GP da Rússia, que será disputado no circuito de Sochi.
A 65.ª edição do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 arranca este domingo, no circuito de Melbourne, às 06h00 (hora portuguesa), e termina a 23 de novembro, em Abu Dahbi.