Luís Sá Silva, piloto angolano que procura entrar na Fórmula 1, deseja nos próximos tempos competir com a licença de Angola nas corridas internacionais, já que até agora disputa as provas com a carteira de Macau, onde iniciou a sua carreira como profissional em 2006.

O automobilista justificou a sua opção pelo facto da Federação Angolana dos Desportos Motorizados (FADEM) ter sido admitida no final de 2014 como membro da Federação Internacional de Automóvel (FIA).

“Comecei a competir em Macau e é lá onde consegui a licença. É a única maneira que tenho de poder competir no estrangeiro. Será bastante importante para Angola e para todos nós poder usar a licença angolana”, declarou Luís Sá Silva em entrevista à Angop.

Segundo Sá Silva, às vezes é difícil hastear a bandeira nacional nas provas em que chegou ao pódio por não possuir uma licença do país.

Instado a pronunciar-se sobre os objectivos na presente temporada, o piloto declarou que ainda não assinou contrato com nenhuma equipa pelo facto de não ter, por enquanto, recebido orientações dos seus patrocinadores.

“Infelizmente ainda não posso dizer nada sobre a equipa porque estou em fase de negociações. Depende dos meus patrocinadores, que decidem para onde devo ir em função dos seus interesses”, esclareceu, adiantando que só depois disso se poderá falar sobre a equipa que representará este ano.

Acrescentou que está de momento em Angola, não só para descansar e contactar familiares, mas conseguir mais patrocinadores que, segundo ele, se os resultados forem positivos permitirá a sua entrada este ano numa “família” da formula 1.

“É o projecto de chegar à fórmula 1. E é por isso que vim a Angola para arranjar mais patrocinadores”, afirmou, referindo que um ou dois não chegam para as suas ambições.

“Agora é preciso ajudarmo-nos uns aos outros. Um pouco de mais apoio, não só do meu patrocinador principal (Sonangol), mas de outras empresas nacionais com capacidade de apostar nesse desporto”, apelou.

Luís Sá Silva adiantou que também espera por uma oportunidade para um encontro com o Ministro da Juventude e Desportos, Gonçalves Muandumba, para manifestar os seus objectivos.

Nesta temporada Sá silva, de 24 anos, confirmou que volta a competir na categoria GP2, que é a porta de entrada para a maior competição de velocidade do mundo (formula 1).

“O objectivo este ano será fazer o GP2 que é o último passo para quem quer ganhar experiência (para fórmula 1) ou então na World Series da Renault 3.5", afirmou.

Instado a pronunciar-se sobre o seu potencial para alcançar a Fórmula 1, o piloto declarou que já conseguiu justificar nas corridas internacionais em que subiu ao pódio em muitas ocasiões, tornando-se, por isso, actualmente num profissional com boas referências a nível da Europa.

Sobre o desenvolvimento da modalidade a nível nacional, Luís Sá Silva referiu que vai no bom caminho, sobretudo no karting onde evoluem muitos praticantes com potencial de se tornarem profissionais. Adiantou que a Federação Angolana dos Desportos Motorizados está a realizar um bom trabalho nos regulamentos de competições.

Luís Sá Silva, natural de Benguela, nascido a 23 de Agosto de 1990, tornou-se no primeiro piloto angolano a competir ao mais alto nível em provas internacionais, sobretudo na Europa. Em 2013, estreou na equipa Carlin na GP3 Series onde ficou até 2014. Começou a praticar o automobilismo como profissional em 2007. Em 2009, tornou-se vice-campeão da Formula Renault 2.0 Asiática.

Devido a uma lesão na época 2010, o piloto não participou das competições. Contudo, no ano seguinte voltou ao pódio como vice-campeão da Formula Abarth Asia.

Na temporada 2012, Luís Sá Silva entra para Fórmula 3 Euro Series com a equipa Prema Power team, vencedora da última edição da competição e do último Troféu Internacional da FIA, no qual o angolano tripulou um Dallara F312 - Mercedes-Benz.

Em 2013 competiu pela formação Carlin na GP3, e em 2014 no campeonato GP3 Series, igalmente pela Carlin.