O presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Jean Todt, nomeado hoje representante especial para a segurança rodoviária, comparou a mortalidade nas estradas a uma pandemia como a sida ou o cancro.

“A mortalidade rodoviária é uma grande pandemia, como a malária, a tiberculose, a sida ou o cancro”, disse o antigo patrão da Ferrari depois de ter sido nomeado para representante em Paris por Ban Ki-Moon, secretário-geral das Nações Unidas.

Para Todt a falta de segurança rodoviária “é muitas vezes ignorada”, apesar dos acidentes nas estradas “serem o primeiro fator de mortalidade para os jovens entre os 15 e os 29 anos”, razão pela qual considera que se trata de “um flagelo planetário” e a necessidade de dar a mesma atenção que é dada à sida, à tuberculose ou ao ébola”.

Reconhecendo que não foi encontrada uma cura milagrosa para estas doenças, Todt entende que em termos da segurança rodoviária há muita coisa a fazer, nomeadamente “a nível da educação, da prevenção, do controlo, da melhoria da rede rodoviária e do estado dos veículos em circulação”.

“Em França, desde os anos 70 até hoje, há três vezes mais veículos em circulação, mais quatro a cinco vezes em número de vítimas”, disse Todt, como de resto, demonstraram as estatísticas de acidentes em França em 2014, as quais registaram 3.388 pessoas mortas nas estradas, mais 120 do que em 2013.

No entanto, Todt lembrou que a situação “é ainda mais dramática em muitas partes do mundo”, referindo que 90 por cento dos 1,3 milhões de mortes e as 50 milhões de feridos anuais nas estradas, dos quais 25 por cento são peões, “são cidadãos de países em desenvolvimento”, apesar desses países representarem “apenas metade da frota mundial”.

“Em muitos países não se tira a carta de condução, compra-se, e são usadas viaturas sem condições para circular”, acusou o patrão da FIA, sublinhando que “500 crianças perdem a vida todos os dias nas estradas”.

Para ajudar na sua missão como representante da ONU para a segurança rodoviária, Jean Todt encontrou parceiros no desporto automóvel, como são os campeões do mundo de Fórmula 1, como o piloto inglês Lewis Hamilton ou o alemão Sebastian Vettel ou mesmo o nove vezes campeão mundial de ralis, o francês Sébastien Loeb, além do tenista espanhol Rafel Nadal ou o golfista norte-americano Bubba Watson.

O objetivo de Todt é “reduzir em cinquenta por cento o número de mortes nas estradas até ao ano 2030”, objetivo esse que considera “difícil, mas possível”.

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