Tiago Monteiro admitiu que é com “muita alegria” que recorda o dia 19 de junho de 2005, em que se tornou no primeiro e único português a subir ao pódio na Fórmula 1, graças ao terceiro lugar em Indianápolis.

Numa das corridas mais atípicas de sempre da categoria ‘rainha’ do automobilismo, em que por questões de segurança os monolugares equipados com pneus Michelin optaram por não partir para o Grande Prémio dos Estados Unidos, depois de um acidente violento do alemão Ralf Shumacher (Toyota), o português aproveitou da melhor forma o facto de apenas os seis carros com pneus Bridgestone terem largado para a prova e assim conseguir aquele que até hoje é o melhor resultado de um piloto luso na Fórmula 1.

“Recordo-me com muita alegria desse dia. Foi uma oportunidade única na minha carreira. Todos sabemos que foi uma corrida muito atípica, mas era preciso lá estar para aproveitar essa oportunidade e felizmente consegui. Recordo-me desse dia com bastante carinho”, disse à agência Lusa.

Os seis pontos então conquistados por Monteiro melhoraram o registo de Pedro Lamy, até então o melhor português, que ao volante de um Minardi, no Grande Prémio da Austrália de 1995 tinha conseguido um ponto, graças ao sexto posto alcançado em Melbourne.

Além do impacto pessoal, o piloto do Porto admitiu que este resultado acabou por se revelar importante no futuro da sua carreira, pois colocou o seu nome no mapa internacional, junto dos grandes nomes da modalidade. Ainda assim, diz que a responsabilidade não aumentou por isso, pois sempre encarou com seriedade todas as fases da carreira.

“Foi um dia muito importante na minha carreira. Deixou o meu nome no mapa internacional e não tenho dúvida que desde então tive algumas oportunidades graças a esse dia. Conquistei acima de tudo respeito como piloto, mas não creio que a responsabilidade tenha aumentado. Essa sempre houve”, disse

Sobre a possibilidade de um português conseguir repetir o seu feito, o piloto admite que neste momento é difícil pensar nisso, pois o ‘simples’ facto de participar na Fórmula 1 é um objetivo difícil de cumprir.

Depois de António Félix de Costa, que segundo Monteiro já esteve mais perto de o conseguir, o portuense admitiu que há agora um grande fosso de seis ou sete anos que será preciso ultrapassar para ver uma nova geração com ambições de chegar perto da categoria máxima do desporto automóvel.

“Em primeiro lugar é preciso participar e só isso não vai ser fácil de atingir nos próximos anos. Há sempre jovens talentos que estão a crescer. Entretanto o António Félix da Costa teve uma oportunidade, que ainda não está perdida, mas que está cada vez mais difícil. Depois disso há aqui um fosso bastante grande, mas há aí uma nova geração cinco ou seis anos mais novos do que o António que poderão chegar perto da Fórmula 1. Mas ainda falta um bocadinho”, concluiu.

Atualmente a disputar nona época no campeonato do mundo de carros de turismo (WTCC), disciplina na qual ingressou após a Fórmula 1, Tiago Monteiro, ao volante de um Honda, que venceu a última corrida da prova, em Moscovo, ocupa atualmente a quarta posição do campeonato, sendo que já no domingo disputará a sexta etapa do campeonato, na Eslováquia.