O presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, disse hoje que a organização não tem qualquer contrato para a realização do Rali de Portugal no Algarve, mas sim um contrato de utilização do Estádio Algarve.

«A única coisa que existe é um contrato de utilização do Estádio Algarve, em que podemos usar as suas instalações até 2015. Não há mais nenhum contrato», disse Carlos Barbosa, respondendo a uma posição das câmaras algarvias, que deram uma conferência de imprensa no sábado para dar conta de um compromisso entre as partes para manter a prova no sul do país.

O presidente do ACP adiantou que «nada está decidido para a transferência do rali para o norte, até porque as câmaras têm que garantir o policiamento, ter as estradas arranjadas, entre outras coisas, e, sem essas garantias, isso representaria um acrescento nos custos para o ACP na ordem do meio milhão de euros».

A questão da segurança é um dos pontos fundamentais para que o rali se mantenha no calendário internacional, tendo sido uma das razões que fez com que a prova tenha sido transferida do norte para o sul.

«Acho que o público no norte está mais consciente. É hoje em dia diferente do de alguns anos. No entanto, é preciso ter em conta a posição da FIA [Federação Internacional do Automóvel], que pretende os ralis onde há mais público e mais paixão», disse Carlos Barbosa.

Igualmente presidente da comissão organizadora da prova, Calors Barbosa adiantou que, de momento, «as dificuldades prendem-se com o ano de eleições autárquicas».

«É preciso que todas as câmaras aprovem o rali, independentemente de quem for eleito. Muitas já aprovaram a prova nas suas reuniões camarárias, caso o rali mude para o norte, mas ainda falta a garantia de cinco câmaras», adiantou.

Assegurando que a realização da prova portuguesa não está em causa, Carlos Barbosa disse que uma decisão quanto à localização do rali terá de ser tomada até finais do mês de maio, para que possa ser aprovada no Conselho Mundial da FIA de junho.

Carlos Barbosa sublinhou ainda que a FIA, além da estabilidade no campeonato, quer a realização de provas com muito público e que Portugal tem de defender a sua posição, numa altura em que há 25 candidatos para 13 provas.

A recente disputa do WRC Fafe Rally Sprint, um evento de promoção da prova, levou muita gente ao troço Fafe-Lameirinha, recebendo os elogios por parte dos responsáveis máximos da FIA, entre os quais o próprio presidente, o francês Jean Todt, o que pode fazer pender a balança para uma futura mudança da prova para o norte.

No entanto, Carlos Barbosa não deixou de salientar o grande número de pessoas que assistiram ao rali este ano no Algarve.

«Nunca vi tanta gente no Algarve como neste ano. Não sei ainda os números, que serão divulgados mais tarde, mas, de facto, houve muita gente a assistir às provas», frisou o dirigente.