Sébastien Ogier (Volkswagen) inicia na quinta-feira a tentativa de alcançar um terceiro título consecutivo de campeão do mundo de ralis e, no arranque da época, a dúvida reside em saber quem pode travar o piloto francês.

O Rali de Monte Carlo, como habitualmente ponto de partida da temporada, é a primeira ocasião para testar o favoritismo de Ogier e ‘tomar o pulso’ aos principais adversários, embora o evento no principado tenha um ‘convidado’ especial: Sébastien Loeb.

Retirado há 14 meses como piloto WRC a tempo inteiro, o francês de 40 anos, nove vezes campeão do mundo (2004 a 2012), vai comandar um dos Citroen DS3 no Mónaco e promete ser uma atração especial neste reencontro pontual com o seu antigo companheiro de equipa, num palco onde obteve sete das suas 78 vitórias.

"Embora tenha estado um ano fora [dos ralis], ele manteve-se em competição. Tenho a certeza de que vai regressar bastante forte e é interessante para a corrida, mas, para ser honesto, não sinto qualquer pressão extra", afirmou Ogier, que manteve uma relação tensa com Loeb no período em que coincidiram na Citroen.

A preocupação de Ogier deverá centrar-se nos rivais que o vão acompanhar ao longo do Mundial, nomeadamente Jari Matti-Latvala, seu colega de equipa, que em 2014 foi o seu principal adversário. Excluindo o Rali da Alemanha, em que nenhum pontuou, dividiram os triunfos nas restantes provas: oito para o gaulês e quatro para o finlandês.

A marca alemã, campeã do mundo de construtores, monopolizou o pódio de pilotos, com o terceiro lugar de Andreas Mikkelsen. O norueguês, no entanto, inicia o Mundial de 2015 com o carro do ano passado e só terá o novo Polo R a partir do Rali de Portugal, quinta prova do calendário (21 a 24 de maio).

Na ausência do finlandês Mikko Hirvonen, que se retirou com um quarto posto no Mundial ao serviço da Ford, a Citroen, com o norueguês Mads Ostberg (5.º em 2014) e o norte-irlandês Kris Meeke, tentará afirmar-se como principal adversária da Volkswagen.

O belga Thierry Neuville, que no ano de estreia da Hyundai terminou em sexto, vai procurar consolidar a posição do construtor sul-coreano, depois de ter sido o único, além de Ogier e Latvala, a ganhar um rali na época anterior. O outro i20 continua a ser pilotado pelo espanhol Dani Sordo.

Depois da saída de Hirvonen, o galês Elfyn Evans, de apenas 26 anos, vai continuar o seu percurso de afirmação com o Ford Fiesta RS, na companhia do estónio Ott Tänak, que terá uma nova oportunidade na categoria WRC.

Com as mesmas 13 provas do ano passado, oito das quais em terra, o Mundial de 2015 apresenta algumas alterações ao regulamento, nomeadamente em relação à ordem de partida. Em cada prova, nas etapas de sexta-feira e sábado, os pilotos vão para a estrada pela ordem da classificação do campeonato, enquanto no último dia prevalece a ordem inversa à classificação do rali.

Este ano, com o objetivo de desafiar a intuição dos pilotos e eventualmente aumentar também a competitividade, será interdita a transmissão de informações sobre tempos intermédios aos pilotos durante as 'especiais', sendo permitidas apenas comunicações relacionadas com questões de segurança.

A regra Rally2, que permite a um piloto regressar à corrida depois de abandonar no dia anterior, também foi modificada, já que a penalização passa de cinco a sete minutos por cada classificativa falhada. Os carros autorizados a regressar terão de abrir a estrada.