Com o triunfo na Suécia, em 1958, os “canarinhos” são os únicos “forasteiros” que triunfaram no “velho continente”, onde os europeus têm sido quase insuperáveis, com nove triunfos em 10 edições.

De igual modo, e na única vez em que o Mundial não foi realizado na Europa ou na América, o Brasil foi de novo o vencedor, em 2002, nas asiáticas Coreia do Sul e Japão, sob o comando do ex-seleccionador luso Luiz Flipe Scolari.

Ao contrário do Brasil, os europeus só ganharam em “casa”, tal com as restantes selecções sul-americanas que chegaram ao ceptro, o Uruguai e a Argentina.

Os triunfos “canarinhos” em 1958 e 2002 são históricos e ambos foram conseguidos de forma categórica, na Suécia com o “brilho” de Pelé, então com 17 anos, e a classe de Garrincha, e na Ásia ao “som” dos golos de Ronaldo, o “fenómeno”.

Na corrida ao triunfo na Escandinávia, o Brasil só não bateu a Inglaterra (0-0, na primeira fase) e esteve intratável nos dois últimos jogos, ao superar a França (meias finais) e a anfitriã Suécia (final) por 5-2.

Quarenta e quatro anos depois, o “escrete” chegou à fase final no meio de grandes interrogações, depois de uma qualificação para esquecer, mas, depois de um início algo discreto, acabou por não ter grande concorrência.

Enquanto os outros candidatos foram caído, o Brasil foi eliminando de forma implacável os seus opositores, os dois últimos - Turquia (1-0) e Alemanha (2-0) - com golos do “fenómeno”, que “ressuscitou” após graves lesões.

O Brasil logrou chegar ainda a uma outra final em solo europeu, precisamente quatro anos antes da aventura asiática, mas, com Ronaldo diminuído, caiu perante a anfitriã França (3-0) e um inspirado Zinedine Zidane, que “bisou”.

Além dos “canarinhos”, mais cinco selecções conseguiram chegar à final em continente alheio, a Itália (México70 e EUA94) e a Alemanha (México86, como RFA, e Coreia do Sul/Japão2002) em duas ocasiões.

Por seu lado, a Checoslováquia (Chile62) e a Holanda (Argentina78) estiveram em finais na América do Sul e a Argentina (Itália90) num jogo decisivo na Europa.

Tendo em conta que em 2010 o Mundial vai ter como palco um quarto continente (África), o Brasil apresenta-se, à luz da história, como... único favorito, estatuto reforçado pela rotação de vitórias entre europeus e sul-americanos, já que foi a Itália a ganhar em 2006, na Alemanha.