A força das vuvuzelas e a ‘ola mexicana’ que vinham das bancadas – onde estiveram 64100 espectadores – não contagiou franceses e uruguaios.

Demasiado táctica na primeira parte, a partida esteve longe de ser agradável.O seleccionador do Uruguai preparou uma abordagem cautelosa e pragmática para o desafio, demonstrando que o empate servia as contas da equipa sul-americana. Com Maxi Pereira (Benfica) e Alvaro Pereira (FC Porto) a titulares, os uruguaios apanharam um susto logo aos seis minutos, com Govou a falhar um golo certo na pequena área.

Esse percalço fez a equipa azul celeste afinar as maracções, enredando Ribery, Gourcuff e Govou numa teia, sempre demasiado distantes de Anelka. Aliás, a selecção gaulesa parecia viver de ‘fogachos individuais’.

Do outro lado da contenda, Forlán foi também uma sombra de si próprio. O temível ponta-de-lança do At. Madrid apenas ameaçou Lloris aos 16’, mas o guardião gaulês respondeu bem.

O ligeiro ascendente francês no primeiro tempo não teve tradução no resultado. No entanto, o segundo tempo trouxe uma França mais pressionante e com uma dinâmica colectiva superior ao exibido antes.

Mesmo sem criar grandes ocasiões, a selecção de Raymond Domenech foi empurrando lentamente o Uruguai para o seu reduto defensivo.

As entradas de Henry – que se tornou o primeiro internacional gaulês a jogar em quatro Mundiais - e Malouda tiveram o condão de acentuar ainda mais essa tendência, que se tornou em sentido único com a expulsão de Lodeiro aos 80 minutos, naquele que foi o primeiro cartão vermelho deste Mundial 2010.

Já ao cair do pano, os franceses reclamaram mão de um defesa uruguaio. O lance deixa algumas dúvidas, mas não deixa de ser irónico, face ao lance do golo que deu aos ‘bleus’ a qualificação para o Campeonato do Mundo. Frente à República da Irlanda, Henry ajeitou descaradamente a bola com o braço e assistiu Gallas para o tento que valeu este Mundial.

Mais um jogo, mais um empate (desta feita a zero) neste Mundial, num resultado algo injusto, que penaliza a França e deixa os uruguaios satisfeitos.