Os “elefantes” são claramente uma potência que emerge no futebol africano e mundial, apoiada num conjunto de futebolistas que aliam uma considerável técnica individual e grande poder físico a um maior rigor táctico adquirido em vários dos mais competitivos campeonatos europeus.

Com efeito, entre os 23 seleccionados apenas um – o guarda-redes Daniel Yeboah, que não jogou na qualificação – não compete no “velho continente”.

Tudo isso ajudou a que a adaptação do seleccionador Sven-Goran Erikson fosse mais fácil: substituiu apenas há cerca de dois meses o bósnio Vahid Halilhodzic, mas os seus novos pupilos são-lhe já familiares.

O mais conhecido, Didier Drogba, é precisamente o que maiores dores de cabeça lhe tem dado, pois o ponta de lança do Chelsea recupera de lesão e não sabe ainda se estará apto a defrontar Portugal.

Drogba é o grande futebolista africano da actualidade, sem dúvida a principal referência do continente e a grande esperança da Costa do Marfim para surpreender: não dribla como outras estrelas do futebol mundial, mas é quase insuperável no jogo aéreo e na capacidade de remate de qualquer ângulo ou posição.

Um ponta de lança possante, eficaz, dos mais difíceis de marcar para qualquer central: os portugueses agradecem se não tiverem de o defrontar.

Depois de ter ganho a Taça das Nações Africanas (CAN) em 1992, a Costa do Marfim procura a consistência internacional que parece ter atingido.

No último Mundial, também teve sorte madrasta num grupo em que perdeu na primeira fase por 2-1 com as poderosas Argentina e Holanda, batendo, já eliminada, a Servia e Montenegro por 3-2.

Na qualificação para a África do Sul, venceu oito dos 12 desafios e empatou os restantes quatro, marcando 29 golos e sofrendo apenas seis: Drogba alinhou em apenas cinco jogos, somente quatro a titular, mas mesmo assim o suficiente para ser o melhor marcador, com seis remates certeiros.

No seu segundo Mundial, defronta pela primeira vez na história a selecção de Portugal.