Já estamos em Marrocos a caminho de Erfoud. Hoje, ao fim do dia, há um briefing global e amanhã partimos desta cidade directamente para o prólogo.

Este é um rali de mulheres e talvez por isso tenha uma estrutura mais elaborada. É longo. Os dias que o antecedem parecem não ter fim. Talvez tenha de ser assim mesmo. Há que garantir a vinda de todas as equipas da Europa ou de outros regiões do mundo.

O ambiente ainda é de festa apesar dos muitos quilómetros efectuados. A partir de amanhã cada equipa ficará entregue a si própria e à sua capacidade de navegar, conduzir e resolver problemas. Entre as 162 equipas inscritas, 324 participantes, há um número elevado de novatas para quem a prova tem um impacto muito forte. Neste grupo, há quem encare o caracter do rali com ligeireza e, melhor ou pior, lá vão desempenhado as suas tarefas e fazendo progressos. Há aquelas que não se importam... são as para quem tanto faz. Afinal estão ali para passar umas férias longe do trabalho e das responsabilidades do dia-a-dia.

Pouco importa se encontram ou não as bandeiras, se fazem ou não a linha recta. Depois há aquelas para quem a solidão do deserto e o desafio da navegação tem um impacto desmesurado. Que se deixam tocar profundamente pelas emoções e pelas aflições... Independentemente do desempenho são as que querem voltar... e voltam uma, duas, três....dez...doze vezes... e continuam a inscrever-se. O que procuram realmente estas mulheres?

São elas as responsáveis pelo facto da prova ser cada vez mais difícil. Antes a classificação era feita tendo por base quilómetros de distância entre as primeiras classificadas. Depois a classificação passou a ser feita ao metro. A perícia atingiu um tal nível que pôs a organização em dificuldades. Foi aí que decidiu criar a tal categoria Expert na qual participo. Isto quer dizer dificuldades redobradas para quem já tem experiência. Mais CPs, mais passagens de dunas, dunas mais difíceis, mais quilómetros... Corremos durante todo o dia, não paramos muito tempo para pensar e uns minutos de conversa com qualquer outra equipa que se encontre no caminho está fora de questão. Chegamos exaustas, praticamente ao pôr-do-sol, e com todos os afazeres deitamo-nos tarde. As horas de descanso acabam por não ser suficientes para repor a energia. Ora aí está um outro desafio: sobreviver ao cansaço evitando os erros a que sempre obriga. Como gerir tudo isto?

Apesar de tudo estamos lá... Sem hesitar. Prontas para todas as dificuldades! Afinal somos ou não capazes?! Claro que somos!

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