Casa onde não há resultados, todos ralham irritados. É que se passa neste período conturbado do Sporting Clube de Portugal. A contestação à direção e a Sá Pinto é enorme. Uns falam que a estrutura de apoio ao treinador não é transparente. Outros dizem que o Sporting não tem dirigentes nem treinador à altura. Há quem afirme que o clube está desgovernado. Contudo, são os resultados desportivos, e essencialmente os do futebol que fazem oscilar o fiel da balança. E é evidente que logo na Assembleia Geral do clube, a direção e os responsáveis pelo futebol, serão tema de árdua discussão. O descalabro do défice, e a ausência de resultados, de vitórias e de exibições tem pano para mangas.

Perguntei ao meu amigo e treinador Manecas o porquê desta desorganizada equipa de futebol do Sporting. Ele respondeu-me pelo que tenho observado.

- Falta quase tudo em termos de estrutura técnica-tática.- Mas muita gente diz que o Sporting tem os melhores jogadores dos últimos anos. – Pois talvez tenham razão, existem de facto bons elementos, mas não existe uma equipa. No futebol a qualidade individual quando bem aproveitada é a base de um forte coletivo.- Pois até o Sá Pinto reconheceu que este não é o «Meu Sporting». -Nem dele nem dos milhões de sportinguistas que sofrem e querem ser felizes.

- Por falar em adeptos, quero dizer-te que o melhor jogador e aquele que tudo dá pelo clube, é o 12º jogador. Ontem 35.000 (com algumas exceções) apoiaram incansavelmente a equipa durante todo o jogo.- Mas se os leões contra o Gil-Vicente atuaram num 4x4x2 que até resultou, e foi bem aceite pelos treinadores de bancada e não só. Porque é que não foi eficaz frente ao Estoril? 

– Bem toda a gente sabe que quando se compete com uma equipa onde a prioridade é defender. O espaço de construção e de finalização fica reduzido. A equipa que é convidada a atacar, se sabe que irá atuar só em meio campo, deve explanar, e aplicar com êxito a evolução ofensiva. Quando estruturados pelo treinador, e assimilados pelos jogadores, os processos tornam-se simples e fluidos. Nestas situações o que se exige, é: desenvolver um jogo célere, ao primeiro toque, acionar as movimentações para a solicitação do passe, criar amplitude atacante para cruzamentos teleguiados, e os dois avançados devem combinar entre si e servir os médios para estes rematem fora da área. Também é preciso antídoto para anular o contra ataque do adversário. Percebeste?

- Se percebi. Mas os jogadores não fizeram nada disso. Qual antídoto, o Sporting sofreu dois golos de contra ataque. Velocidade e mudanças de ritmo foi mentira. Jogaram muito devagarinho. Ao primeiro toque? Só o Izmailov e o Betinho, este puto, foi adulto e deve ser o futuro parceiro de Wolfswinkel. Solicitar o passe? Está quieto, ficam à espera do que vai acontecer. Combinações entre os pontas de lança? Não vi nenhuma. Remates fora da área? Dois ou três. Amplitude aconteceu, mas as roturas dos médios alas? Capel e Carrilho muito irregulares, precisam de uma grande dose de psicologia. Cruzamentos? Só um resultou, o do golo de Viola, os restantes foram todos intercetados. Remates o primeiro foi aos 21 minutos. Assim não dá! 

Seja o melhor treinador de bancada!

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