Quando ontem entrei no Estádio do Dragão, mesmo sabendo que no futebol o resultado final é uma incógnita, acreditei que o Sporting poderia pontuar. Interroguei-me. Será que Oceano vai recorrer às duas prioritárias componentes, (psicologia e tática), as quais poderiam catapultar os jogadores a realizarem um jogo que os reabilitasse das más e equivocas exibições. 
Quando entra um novo treinador, os jogadores que são em parte responsáveis pelo fraco rendimento da equipa costumam empolgarem-se para atenuarem a sua irregularidade e sacudirem a “água do capote” para cima das más escolhas táticas do treinador que saiu. 
Oceano é uma pessoa da casa que treinava a equipa B. Por isso, conhece bem os jogadores dado a relação entre os bês e a equipa principal. Oceano é inteligente. Mas a aplicação da carga de motivação talvez fosse exagerada? Não gostei do protagonismo e das interferências do Sr. Duque. Quer no banco, quer nas entrevistas finais. Os jogadores têm de ser trabalhados mentalmente pelos treinadores e não por dirigentes. Resultado, os Leões receosos, e nervosos nos 15 minutos iniciais, pareciam gatinhos perante o domínio avassalador dos Dragões. 
Ao verificar que Sporting ia atuar num 4x3x3, fiquei com muitas dúvidas se poderia resultar. Era possível que isso sucedesse, se os três leões do meio-campo aproveitassem nas ações atacantes as falhas de colocação e de velocidade do trio opositor, e imprimissem um ritmo veloz para se incorporarem nas zonas de finalização. Lucho é muito bom com a bola, mas raramente defende. Fernando fica à espera perto dos centrais. João Moutinho é o mais polivalente no binómio defesa-ataque. 

Isso não aconteceu. Schaars e Elias trabalharam pouco, estão muito mal fisicamente. Com a saída de Izmailov acabou a pouca criatividade leonina. Prajnic, colocado como ala, indiciou que a preocupação leonina era defender. Oceano fez o que pôde. Em dois dias nem de boca, quanto mais treinar ou planificar o modelo escolhido. Carrillo tem enorme capacidade para realizar jogos de grande qualidade, mas é muito frágil psicologicamente. Quando os centrais jogam pontapé para a frente é sinónimo de não existir ligação entre os setores. Na vida e no futebol, sem organização, sem planificação, entra-se na pedagogia da ilusão. Tirando o primeiro quarto de hora demolidor dos dragões, o jogo foi repartido, mas mal jogado. Não há duvida que mesmo assim o Porto foi superior e mereceu vencer.

Mais uma vez realço que os modelos 4x3x3 em nada valorizam a atuação do ponta de lança. Exceção para a perceção e inteligência de Falcao. Ontem, Jackson Martínez, depois de ultrapassar os distraídos centrais leoninos, fez um golo que é uma obra de arte. Por isso foi o jogador do jogo. Mas ficou-se por aí. Na segunda parte Jackson só tocou cinco vezes na bola. Wolfswinkel é vitima deste sistema, tem potencial mas precisa de ser ensinado de como e para onde se deve movimentar. Ontem ao correr para a frente, sem ver a bola, esta por duas vezes bateu-lhe nas costas. Isto é possível? 

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