Nunca uma equipa de futebol do Sporting teve um início de época tão paupérrimo como este. Em doze jogos oficiais só venceu dois, empatou cinco e perdeu os restantes cinco. Se tivesse tido um calendário difícil? Ou calhasse num grupo forte da Liga Europa? Ou tivesse sido afastado por um dos grandes da Taça de Portugal? Vá que não vá. Poder-se-ia argumentar as dificuldades naturais de defrontar adversários de grande valor. Mas entre esta dúzia de opositores só o FC Porto foi um rival de peso. Os outros…

Esta preocupante situação resulta da má organização na gestão do futebol. Apostam-se em treinadores como quem joga de forma aleatória no euromilhões, na procura de acertar nos números e nas estrelas para se ganharem milhões. Neste caso os números e os milhões foram desperdiçados. As estrelas, algumas estão lá, mas por qualquer razão - que não meteorológica - não têm brilhado. Estamos próximo do Halloween, talvez por isso abriu a caça às “bruxas”. Os dois principais responsáveis pelo futebol foram demitidos ou demitiram-se?

Volto a dizer que o treinador é o administrador de uma empresa, a qual ganha ou desperdiça milhões em função da sua gestão. Hoje as Empresas-Clubes atravessam um período deficitário e quase todas estão falidas. Contudo, o que disfarça esta incompreensível realidade são os bons resultados desportivos. As vitórias. A presença na Liga dos Campeões. Os títulos amenizam o défice e acalmam os adeptos que vivem os seus clubes como autênticos devotos destas religiões desportivas.

Por esta razão, a escolha do Treinador deveria ser realizada com enorme ponderação. O Treinador tem de ser um Líder administrativo. Por isso deve ser contratado por concurso. O Treinador que reunir os conteúdos intrínsecos da modalidade: Ciências Humanas, Disciplina, Rigor, Exigência, Fisiologia de Esforço, Técnica e sobretudo Tática. Aquele que apresentar conceitos inovadores, que seja um criativo, um reformista deste futebol imitativo, e estagnado desde as últimas décadas do século XX, será o contratado!

Em Genk, uma vitória era fundamental para moralizar a equipa, para lhe devolver a arredia confiança e para transmitir esperança aos adeptos. Também seria um estímulo para o 3º treinador deste início de época. O golo madrugador pareceu despertar o leão, mas foi aurora de pouca dura. Os erros de posicionamento defensivo foram inadmissíveis e fatais; a lentidão mãe do futebol previsível; a ausência de passes ao primeiro toque; maus cruzamentos, nos quais dos catorze feitos, treze foram intercetados; a irresponsabilidade da expulsão de Boulahrouz; o domínio infrutífero na segunda parte, (até à expulsão), sem criar uma oportunidade de golo. E Cedric foi o mais rematador? O técnico belga tem muito para refletir e retificar...