Infelizmente, no futebol português só existem duas equipas com capacidade para discutirem os títulos nacionais e naturalmente competirem a nível internacional. Como se sabe, são Porto e o Benfica. O Braga nos anos anteriores aproximou-se deste duo, mas a irregularidade desta época reflete-se no enorme atraso pontual. O Sporting, de direção para direção, tem vindo a cair competitivamente, e esta temporada, não é para esquecer, é sim para refletir e ponderar para que não se repitam os erros cometidos pelos responsáveis dos últimos anos. 
Dentro deste quadro competitivo é natural que surjam algumas equipas imergentes que sobressaiam neste panorama futebolístico. Neste momento, o mérito vai para o Paços de Ferreira, Rio Ave e Vitória de Guimarães, as quais superam o Sporting e aproximam-se do Braga.
O Paços de Ferreira está a realizar uma excelente época, apenas um ponto o separa do Braga, chegou às meias finais da Taça de Portugal, perdeu por culpa própria a continuidade na Taça da Liga, e está bem colocado para ser apurado para a Liga Europa. Esta evolução deve-se à boa estrutura diretiva, à equipa técnica e à qualidade dos seus jogadores. Não é por acaso que só perdeu quatro vezes em todas as competições.
Depois de ver o Real - Barcelona fui ver a gravação do Paços de Ferreira- Benfica, e confesso que deveria ter visto primeiro o jogo da Taça de Portugal. Não o fiz porque esperava ver um Benfica em todo o seu esplendor, a proporcionar a continuidade do espetáculo do futebol de ataque que observei na Taça do Rei.
Contudo, senti um vazio pelo desaparecimento do bom futebol do jogo anterior. Jesus é um bom coreógrafo, mas obviamente que o êxito das movimentações depende da escolha, e do desempenho dos atores. Jesus tem o melhor lote de jogadores do país e o embaraço está na escolha. Mesmo admitindo que é preciso dar jogo aos menos utilizados, e que numa eliminatória a duas mãos, o resultado era prioritário. Penso que não se deve tirar aos adeptos o prazer da continuidade das excelentes exibições que o Benfica tem realizado. E ontem não o fez.
Aimar que esteve próximo de se transferir para a terra do petróleo, Hoje já não é o carburante das épocas anteriores. Jesus sabe que ele tem ainda potencial para ser útil. Mas neste momento o motor da equipa chama-se Gaitán!
O futebol do Benfica ontem não fluiu, nem extasiou por vários motivos. Não por ser um jogo muito tático como dizem alguns “entendidos”, mas sim porque nem sempre conseguiu libertar-se das marcações cerradas do Paços, porque ao contrário do usual não pressionou, porque não teve Gaitán como organizador do futebol de ataque, porque Salvio esteve muito distante das exibições habituais, (esperavam-se várias repetições da jogada do primeiro golo), e ainda porque a inspiração individual esteve ausente. 
As entradas de Rodrigo e Ola John exemplificam a quantidade e a qualidade dos jogadores do Benfica. O que é uma boa dor de cabeça para Jesus. Ola John deu mais e melhor amplitude, e Rodrigo, imprimiu a velocidade que faltava ao Benfica, e, coincidentemente, ambos estiveram na origem e na finalização do segundo golo!