Sabe-se que a estrutura diretiva do Porto e do Braga são muito fortes quer nas áreas financeiras, quer nas desportivas. É tempo de juntar a este duo, e de realçar ,o excelente trabalho que o presidente Carlos Barbosa tem desenvolvido no Paços de Ferreira. 

Como se sabe no Porto qualquer treinador é campeão, mas depois de saírem? Só Mourinho se evidencia por essa Europa fora. No Braga, desde que António Salvador é presidente, todos os treinadores têm brilhado. Mas alguns deles, parece que deixam em Braga todo o seu conhecimento, dado que noutros clubes o êxito se desvanece. No Paços de Ferreira, à exceção da época passada em que teve três treinadores, os técnicos também dão o salto para clubes de nível. Mas, depois? 

Este jovem Paulo Fonseca pode muito bem ser a exceção. Começou em equipas de campeonatos secundários e tem vindo a progredir. É uma proeza colocar o Paços de Ferreira na terceira posição, lugar que dá acesso à Liga dos Campeões. A equipa do Paços para além da competência do treinador tem um naipe de bons jogadores. Vítor e Josué são excelentes, só me admira porque ainda não foram chamados à seleção. E porque os grandes os ignoram.

Contudo, se o Porto se mantém eternamente estável, e o Paços está em ascensão, já o Braga, futebolisticamente falando, está em queda. Penso que os responsáveis deveriam ter reforçado a equipa no período das transferências pois esta apresenta vários desequilíbrios em todos os setores. Com a agravante de alguns jogadores já não terem o fulgor da juventude. 

Apesar de Hurtado e Cícero terem mérito na execução dos golos, estes foram mais do que consentidos pelos erros de colocação dos centrais e de Quim. Como é que os avançados podem cabecear à vontade, atrás ou à frente dos centrais? Como é que um guarda-redes na sua zona de jurisdição - pequena área- sofre três golos?

Quim, nos cruzamentos, não pode colocar-se no poste mais próximo. Os centrais não treinam ou esqueceram-se que têm de posicionar-se em função da bola e dos opositores, para não deixarem os adversários cabecearem à vontade. O meio campo não pressiona, deixa os adversários jogarem como querem, é demasiado lento, quer para introduzir velocidade ao jogo, quer nas recuperações. Nos lances dos últimos golos do Paços, quer Vítor, quer Josué não tiveram o mínimo de oposição. Éder precisa de ser mais apoiado e Mossoró não é médio quando é preciso defender, nem é avançado porque não solicita corretamente os passes.

Peseiro com este heterogéneo grupo de trabalho tem dificuldades em colocar o Braga a praticar o excelente futebol demonstrado pelas equipas que já orientou. Para dar a volta aos acontecimentos terá de fazer uma grande reforma, precisa de renovar a equipa com a integração de jovens jogadores, sejam estes suplentes, ou por elementos que militem na equipa B. O Braga, como está, vai ter muitas dificuldades de se proclamar futebolisticamente como o terceiro clube do país.