Em termos de exibições o Porto parece não querer ficar atrás do Benfica. Se as águias não produziram um bom espetáculo na quinta-feira na Luz, o que dizer do jogo, (talvez a pior prestação da época), que os dragões realizaram ontem frente ao Estoril? Como se viu o Benfica poupou na Liga Europa para surgir na máxima força no confronto com o Gil-Vicente. Ontem o Porto poupou energias para estar fisicamente a cem por cento na quarta-feira.

Estas equipas atuam a duas velocidades. Uma para a Europa, outra a nível interno. Na previsão de crescimento económico o Porto preparou-se nas calmas, de forma a reduzir o risco para na cimeira de Málaga discutir vigorosamente os dinheiros vindos da Europa. Já o Benfica sem esquecer a Europa parece estar mais preocupado com a estabilidade futebolista a nível interno.

Contudo a Standard & Poor`s depois das recentes más prestações baixou o nível destes dois clubes para negativa, argumentando que se estas pobres exibições não subirem colocam em causa, não só o financiamento europeu, como também a estabilidade social do país futebolístico. É pois muito importante que o crescimento exibicional suba para que os clubes possam contar com receitas suplementares.

O governo preocupado com o desemprego vai avançar na construção e no imobiliário. Mas os pioneiros dessa ideia foram os treinadores, e os arautos do futebol. Já há algum tempo que vêm falando na construção. Essa preocupação é latente pois escutamo-los durante e no final dos jogos a afirmarem que estão preparados e apresentam projetos para “a primeira fase de construção”. Também não descuram os “blocos baixos” e sobretudo os “blocos altos”.

O “encarregado” apitou e os dedicados operários deitaram mãos à obra, exceto o Mano? Porém a construção móvel não tinha pés, nem cabeça. Dada a lentidão, parados e piradinhos, valeu a bola parada. Dois golos e um remate ao poste. O resto foi uma tristeza. Os rapazes a correr, mas muito devagarinho, a passarem a bola uns aos outros. Não só aos outros da mesma equipa, mas muito mais aos adversários. A ausência total de projetos gerou uma barafunda completa, a fazer lembrar um quadro surrealista de Pablo Picasso. Estariam os dragões já a pensar na terra deste imortal pintor?