Depois da esperada vitória em Baku, Portugal deixou de estar em risco de ser dos segundos piores classificados de todos os grupos para o apuramento, o único lugar a que a seleção pode aspirar neste momento. Como a nossa seleção joga em casa três dos quatro jogos que lhe faltam realizar, tudo indica que somamos pelo menos mais nove pontos. Por isso a ida ao Play Off está mais que assegurada.

 Como era de esperar não encontramos oposição face à falta de categoria do Azerbaijão, e por isso dominamos, tal como já tínhamos dominado o pobrezinho futebol apresentado pelo Luxemburgo, Irlanda do Norte e Israel. É óbvio, pois, que somos muito superiores e como tal mandamos nos jogos como era obrigatório e inevitável.
A forma pouco esclarecida como nos impomos é que está em causa. Frente a Israel a equipa a defender esteve desorganizada e sofreu três golos, os quais surgiram por mau posicionamento dos defesas e pela não integração do meio campo nas ações defensivas. Mas neste jogo era impossível cometer erros porque os Azeris ofensivamente eram inocentes. Mas ainda assim nas duas vezes que chegaram à área portuguesa atrapalharam os nossos nervosos centrais.

É verdade que voltamos a criar várias oportunidades. Só falta compreender se foi por mérito nosso ou por demérito das fraquezas técnicas individuais dada a deficiente estrutura deste quarteto desafinado. Talvez por ambas. Contudo a ineficácia na finalização voltou a estar presente. Desta vez para além da infelicidade da bola ao poste, também Kamran defendia quase tudo. A defesa ao remate de cabeça de Postiga realça os seus reflexos. Contudo Postiga enerva pela forma como desperdiça tantas ocasiões para marcar. Também Vieirinha e João Pereira nos mostraram como não se deve perder golos “feitos”.

É verdade que em Baku o nível futebolístico subiu ligeiramente. A capacidade volitiva dos jogadores foi diferente. Falharam-se menos passes. Face à ausência de lances ofensivos  por parte do Azerbaijão os nossos laterais foram autênticos avançados. João Moutinho mais confiante foi quase igual a si próprio. Danny enquanto teve “pernas” impôs uma velocidade que falta ao meio campo. Jogou ao primeiro toque, movimentou-se a preceito, foi o melhor em campo. Vieirinha também realizou uma ótima exibição.

Vencemos e quase garantimos play off. Mas mesmo melhorando umas décimas não realizamos a exibição que há muito tempo se aguarda. Continuamos a praticar um futebol muito distante do que a seleção apresentou no último campeonato da Europa. Mesmo jogando contra dez desde os 55 minutos. Apesar de Paulo Bento ter reforçado a opinião de outro treinador conceituado, o qual já antes tinha dito que jogar contra dez se torna mais difícil. Se assim é, talvez fosse vantajoso atuar só com dez elementos para complicar o jogo aos Russos.