Esta questão de desconfiança sobre a arbitragem já vem de longe, tal como as atitudes e comportamentos que despertam reações extemporâneas e condenáveis. Todavia, o que aconteceu antes, durante e depois dos jogos da 5ª jornada em nada abona a ética, o civismo, a honestidade, o respeito e a imagem de quem se deve comportar ao nível do pedagogo, do educador que deveria de ser. É importante que os treinadores e dirigentes face à sua posição de liderança se comportem de forma exemplar.

A vida de treinador é muito difícil dado que o grau de exigência é ilimitado. Aliás, é a única profissão do mundo em que se exige a um profissional a relação trabalho- sucesso. Se não há sucesso acaba o trabalho, dado que a culpa dos maus resultados recai sempre sobre os treinadores. Curiosamente, os treinadores nos resultados positivos elogiam os jogadores. Ou seja, excluem-se dos êxitos e atribuem-nos aos outros. Paradoxalmente, no inverso ficam sozinhos, perante os insucessos, que deveriam ser repartidos por todos.

Todos nós treinadores sabemos que a nossa profissão é desgastante e coloca a maioria sobre uma grande pressão. A diferença da pressão para a depressão depende simplesmente da preposição de. De equilíbrio e controlo emocional, de competência, de inteligência, de consciência tranquila, de calma e de serenidade, de compreensão e domínio psicológico da difícil atividade.

Vivemos numa sociedade instável, insensível, insegura, desonesta, caluniosa e mentirosa, sem princípios e sem ética. O futebol está inserido neste contexto. É de lamentar que aconteçam casos reprováveis como o que sucedeu no Estoril em que se diz que um diretor do Porto agrediu o presidente da AFL.

As afirmações de Jesus, «os nossos rivais foram favorecidos pelas arbitragens nas jornadas anteriores», pode-se considerar uma constatação. Já as de Paulo Fonseca, «as preces de Jesus foram ouvidas», é dar poder de bastidores a Jesus, que na realidade não tem. Por outro lado são afirmações caluniosas e difamatórias que colocam em causa a idoneidade dos árbitros em questão. Estes técnicos deveriam seguir o exemplo de Leonardo Jardim, que  não se desculpa com as arbitragens. A reação impulsiva de Jesus é condenável por ser uma questão fora da sua área técnica. A essência do futebol não é nada disto!

Seja o melhor treinador de bancada!

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