O Benfica até pode ter o melhor grupo de jogadores dos últimos trinta anos. Mas, por isto ou aquilo, Jesus ainda não conseguiu pôr a “máquina” a funcionar, à qual falta a sincronização das épocas anteriores.

Vá-se lá saber porque é que a “máquina” encrava. Será por causa das peças que inesperadamente se avariaram durante o início da época? Será que algumas peças estão fora do lugar? Talvez. Marcovic no corredor central parece que funciona melhor. Há falta de Sálvio na “engrenagem”. O desgastado Maxi necessita ter substituto. A maldição do lateral esquerdo é real: após Coentrão nenhuma “peça” encaixa no lugar.

Jesus é um bom artífice. Se tiver paciência e recuperar a estabilidade emocional, tem competência e ideias para afinar e colocar a “máquina” a funcionar em pleno.
O Belenenses mostrou na Luz que tem capacidade para subir na tabela classificativa. A equipa está bem organizada. Sem jogar com “autocarro”, defendeu bem e sempre que recuperou a bola, saiu a jogar apresentando uma boa estrutura na evolução atacante.

O Sporting é uma equipa em crescendo, que está a criar excelentes expectativas em termos de futuro. Apesar de a equipa ser jovem, mostra personalidade e muita maturidade. Essa conversa da inexperiência no futebol, não faz sentido.

Ontem em Braga assistiu-se a um agradável jogo. O Sporting regressou às vitórias e às boas exibições. O pequeno, irrequieto, atrevido e oportunista Montero, na primeira oportunidade abriu o marcador. A partir daí o equilíbrio foi notório e o Braga, num rasgo do inteligente Alan, empatou.

O jogo manteve-se bom pela repartição dos ataques. Depois da expulsão de Santos, o Sporting contra 10, foi mais acutilante e naturalmente dominou o jogo, criou várias oportunidades, mas só concretizou a vitória depois da entrada de mais um avançado.

Isto de jogar 11 contra 10 e 10 contra 11, não é a mesmo que jogar, 11 perante 11. É preciso alterar para aproveitar a vantagem numérica, e acautelar a desvantagem. Ontem as equipas paradoxalmente continuaram a jogar como se nada tivesse acontecido.

O professor Jesualdo Ferreira, ultrapassada a eliminação da Liga Europa está a realizar um bom trabalho e procura colocar o Braga na luta pelos lugares cimeiros. Ontem, ao contrário do que já em tempos tinha afirmado, «é mais difícil jogar contra dez», deve ter aprendido a lição e chegado à conclusão, de que o oposto é que é verdadeiro.