O Sporting neste momento é o líder da Liga Zon-Sagres, e fica na expectativa do resultado entre Arouca e Porto. Até agora, o Sporting tem sido a equipa mais regular a nível exibicional, é a mais concretizadora com 19 golos, e a que sofreu menos, apenas 4. E tem Montero, que é o melhor marcador do campeonato com 9 golos.  

O jogo em Alvalade com o Vitória de Setúbal em termos qualitativos teve duas faces. Nos primeiros 45 minutos, o Sporting não encontrou soluções para superar a organização defensiva da equipa de José Mota. Os leões neste período não utilizaram o manual de como se deve defrontar uma equipa fechada. Faltou: velocidade de reação, tanto nas pernas como a nível mental, para fluir o futebol de ataque, num jogo sem amplitude e com os sectores desunidos.

Consequências: jogo lento e previsível, muitos passes errados, (29), evolução atacante descontínua, Montero muito desamparado, a bola não lhe chegava. O Sporting nem uma oportunidade flagrante criou, mas, se os colegas não solicitavam Montero, Rafael Martins sem intenção isolou o sagaz goleador do campeonato, o qual com muita calma e categoria, evitou o guarda-redes e não desperdiçou a oferta para inaugurar o marcador.

O intervalo serve para refletir e rectificar o que não está bem. Leonardo Jardim falou aos jogadores, corrigiu o que não estava a funcionar. A atitude dos jogadores, a falta de dinâmica, a ineficaz entreajuda, a dessincronização entre laterais e médios ala e a distância entre os sectores.

Esta reflexão colectiva proporcionou no segundo tempo um futebol ligado com um ritmo mais acelerado e maior amplitude. O meio campo leonino surgiu mais interventivo e esclarecido com Adrien e André Martins a subir de produção, e a aproximar-se do rendimento de Willian Carvalho, o qual não errou um passe, já a merecer a titularidade na seleção.

O Sporting criou belas jogadas de entendimento colectivo no segundo e terceiro golo com a excelente combinação entre Adrien e Carrilho, e de novo Adrien a fazer um passe soberbo, solicitando Piris que entregou de bandeja para Montero marcar o seu nono golo no campeonato. Nos 45 minutos finais, o Sporting só falhou três passes o que reflete esta soberba exibição e excelente e dilatada vitória.