«A Conferência Unidos Contra o Racismo», realizada em Varsóvia, visou reforçar o combate à discriminação e à intolerância, com destaque para os futebolistas e os pais,  que têm a obrigação de dar o exemplo à próxima geração.

Este congresso reuniu órgãos de comunicação social e o mundo da política para partilhar ideias, procurar soluções e formas comuns de lutar contra um fenómeno que, infelizmente, continua a existir no futebol e na sociedade.

"O racismo não é apenas um problema de futebol", afirmou um conselheiro das Nações Unidas do Desporto para o Desenvolvimento e a Paz. "O racismo também é um problema da sociedade, de todos nós".

A UEFA apelou para que se faça uma ação concertada e continuada da família do futebol contra o racismo. "Pedimos às federações e aos clubes de toda a Europa para darem o seu contributo na luta contra o racismo e a discriminação".
Michel Platini deu plena liberdade aos árbitros para atuarem e tomarem medidas drásticas. Esse poder pode dar origem à paragem de um jogo. "Os árbitros poderão contar sempre com o apoio da UEFA, independentemente da decisão que tomem quando confrontados com um ato racista".

Porém, esta campanha não resultou no europeu Polónia-Ucrânia. Os jogadores de pele negra foram ofendidos, houve estádios em que o público lhes atirou bananas e imitaram os gestos que os macacos normalmente fazem. Os jogadores casados com mulheres de cor foram avisados para não as levar ao europeu.

O futebol já foi uma escola de virtudes, hoje é um negócio e como em todas as atividades não está imune às fraudes e à corrupção. Aliás, quando se diz que o racismo é um problema da sociedade é verdade.

Mas o racismo é muito mais do que as diferentes cores da pele. É a xenofobia, de raças que se julgam superiores. É discriminação social entre pobres e ricos. É a falta de humanismo. É a falta de solidariedade social, de ética, de valores morais e dos princípios. É o domínio dos grupos e países dominantes, que mexem os cordelinhos, na banca, nos mercados e nas bolsas de valores.

O futebol é um dos escapes onde os espectadores descarregam todas as suas frustrações: incerteza no futuro, o desemprego, os ordenados miseráveis que 90% aufere, as desigualdades, a destruição do estado social, o corte nas reformas, a pobreza e a miséria. Há anos, tínhamos um quarto de habitantes no limiar da pobreza, hoje já ultrapassamos os 60%. 

Esta sociedade contemporânea é uma sociedade capitalista que está falida e nas mãos de um poder invisível que vai enriquecendo cada vez mais. Nenhum economista mundial, dada a filosofia em que foi educado tem ideias para superar este patético e desumano neoliberalismo.