A comunicação social especula até ao limite as questões que estão na ordem do dia. A informação de temas mediáticos é analisada numa perspectiva positiva ou negativa, dimensionando exageradamente o sucesso ou o fracasso. Esta constante e variada pesquisa sobre o mau momento do Benfica é pertinente e simultaneamente exagerada. Os mesmos que idolatraram Jesus são os mesmos que agora o criticam. Esqueceram-se depressa. Não critico e compreendo, pois a imprensa é uma empresa que vive da venda de jornais e de programas. E as questões do futebol do Benfica vendem bem!

Li notícias que o Matic pediu ao treinador para jogar a 6. Que o Ola John é terceira escolha. Que Ivan Cavalero é um matador, mas não joga. Que desde Julho o Benfica, face a tantas lesões, parece o Hospital da Luz. Que Markovic precisa de fazer musculação. Que com a dupla Fejsa e Matic, o Benfica não sofria golos. Que o Benfica este ano já sofreu quase tantos golos de pontapés de canto como os que sofreu na época passada. Estas detalhadas notícias não são abonatórias para Jesus!

Na parte final da época 2012/13, como se perspectivava a conquista de todas as provas, Jesus era elogiado e idolatrado pela maioria da comunicação social, que o rotulava de génio e de mestre. Será que Jesus perdeu competência, saber e qualidade? Também Mourinho nada venceu no Real e vai deixar de ser o treinador que é? Heynckes, que esteve para ser despedido do Bayern, não foi demitido e em 2012/13 venceu todos os títulos pelos alemães.

Os treinadores sujeitam-se a várias análises e estas até têm fundamento, dado que o cenário é negativo. Jesus é óptimo nas vertentes táticas e de estratégia, mas terá de rever outras componentes inerentes ao futebol. Tais como: fisiologia de esforço; metodologia de treino motivadora na procura de que os jogadores assimilem para concretizar objetivos; ciências humanas, usando um discurso forte e moralizador para manter e aumentar a confiança aos jogadores; ser um bom psicólogo, para motivar, estimular, reforçar a vontade e o entusiasmo, o prazer e a alegria de jogar; melhorar o poder de comunicação, sabendo que como pessoa pública tem deveres e direitos na relação com a imprensa.

No futebol o sucesso é efémero e difícil de manter. Mas quem sabe não esquece!