Quando o Porto ficou a jogar só com dez, esperava-se que os Dragões teriam uma noite complicada e difícil. Mas isso não aconteceu, pois a equipa reagiu bem, estruturou-se, distribui-se corretamente, foi solidária e durante uma hora de jogo a ausência do 11º jogador foi colmatada pelo esforço e pela dedicação dos dez ao jogo. Nesse período, o Porto foi coletivamente muito superior aos russos.

Claro que Spalletti ajudou, ao não tirar proveito dessa vantagem. Aliás, a milionária equipa do Zenit mostrou no Dragão que vale mais pelas individualidades e menos pelo coletivo. O treinador italiano continuou a jogar como se o Porto estivesse completo e operou mal as substituições, só acertando na de Kherzhakov.

Resultado: mesmo em inferioridade, o Porto criou quatro flagrantes oportunidades para marcar e duas delas bateram na trave. Estas situações devem-se ao mérito do Porto - que realizou o seu melhor jogo da época - e à negligente organização dos russos. Pese todo o querer e engenho dos azuis e brancos, é estranho que o Zenit com onze, permitisse ao Porto rematar mais e construir maior número de ocasiões para marcar.

Falar em individualidades é falar de Hulk, o melhor jogador em campo. Fintou, por vezes exageradamente, correu, imprimindo uma velocidade imparável, rematou várias bombas, esteve à beira de marcar - só os reflexos de Helton evitaram o tento - e serviu Kherzhakov no lance do golo. Isto diz tudo.

Realçam-se as duas derrotas caseiras na Liga dos Campeões. Mas há derrotas e derrotas, e esta foi injusta. Contudo, é justo elogiar o pundonor, o querer, a entrega e a admirável exibição realizada pelos jogadores do Porto.

Porém, ontem, além dos positivismos coletivos, os dragões cometeram erros defensivos individuais inadmissíveis. Na jogada que antecedeu a expulsão, ninguém no meio campo travou Hulk. Quando o “incrível” se isolou perante Helton foi na sequência de um erro imperdoável de Otamendi. No golo sofrido, nem Alex Sandro nem Mangala pararam Hulk e Danilo não acompanhou, para anular como devia, a movimentação de Kherzhakov.  

Não se fale em inexperiência, mas si em negligência. Os jogadores quando treinam é para assimilarem o que devem e o que não devem fazer. Claro que o Porto foi penalizado pela expulsão de Herrera. Mas quando a equipa treina os livres contra, os jogadores ficam a saber que não devem sair da barreira antes do livre ser cobrado? Nas marcações, os defensores devem posicionar-se em função de onde vem a bola e das movimentações adversárias. 

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