A Taça de Portugal é o troféu mais carismático das competições nacionais, é uma prova de grande prestígio. A Taça é a competição mais romântica e mais solidária pela aproximação e pelo convívio entre clubes. A visita dos “grandes” à casa dos mais modestos torna-se num arraial, numa verdadeira festa à portuguesa.
Infelizmente, nos estádios quase só os espectadores são portugueses. O futebol é fascinante pela forma como desperta paixões, entusiasma e hipnotiza multidões. Quando estas dizem somos a melhor equipa portuguesa, esquecem-se que a maioria, e por vezes a totalidade, dos jogadores são estrangeiros. É o que hoje vai acontecer no Estádio da Luz. Em princípio, apenas sete jogadores nacionais estarão em campo, desvirtuando na excepção da palavra a Taça de Portugal.

Sabemos que o futebol envolve grandes interesses financeiros e o negócio tem de continuar. Porém, o futebol português a nível de seleção é prejudicado, dado que os jogadores oriundos da formação, (até no Sporting, o qual é um exemplo a seguir), veem os seus lugares preenchidos por estrangeiros. Temos uma excelente selecção de sub21, mas os jogadores como não evoluem a jogar nas equipas B vão jogar para países onde a competição é baixa como no Chipre, Roménia ou Grécia…

Na seleção principal, tirando o Rui Patrício e possivelmente o William, todos os restantes jogam no estrangeiro. Em clubes em que a competição é inferior à portuguesa, com excepção dos que militam em Espanha e Nani em Inglaterra, onde nem sempre é titular. É o chamado futebol da globalidade comunitária, com regras impostas pela UEFA e pela FIFA.

Voltemos ao clássico de logo. Tudo indicia que vai ser uma grande partida de futebol, pois é disputado entre o Sporting que é a equipa mais regular a nível exibicional e o Benfica que começou mal, melhorou paulatinamente e na Grécia pareceu ser um Benfica à Jesus da época passada. O Clássico promete. Ambos os técnicos estão optimistas, mas por vezes as coisas não saem como eles pensam e planeiam. O futebol é um jogo imprevisível, onde existem situações incontroláveis.

A repercussão após o jogo não desmoralizará nenhuma das equipas, caso este seja bem jogado, equilibrado, de forma a que qualquer uma poderia vencer. Ganhou o mais feliz. Contudo este é um teste ao momento dos contendores. Se o resultado for dilatado, a equipa que perder pode ficar psicologicamente afectada e oscilar no próximo futuro. A vencedora entrará numa espiral de confiança, de motivação contínua, e poderá embalar para uma época brilhante.