O resultado de um jogo de futebol é uma incógnita. Antes de realizado, o jogo é discutido até à ínfima, tem milhares de leituras e previsões contraditórias. Após o apito final, as análises depois do acontecimento são mais fáceis de explicar pois é só argumentar o futebol a que se assistiu, embora os que criam e escrevem sobre futebol tenham uma leitura diferente dos que apenas o leem.

Mas a maior emoção vive-se durante os 90 minutos, em que assistimos às oportunidades não concretizadas, aos excelentes passes, às intercepções, aos remates intencionais, às grandes defesas, à velocidade mental e física, à arbitragem, aos dribles, aos desarmes, às intercepções, aos golos e às alternâncias no marcador.

Entre a concretização do desejável e as alternadas frustrações das expectativas consoante o placar, fazem do futebol um filme de suspense, o qual o público admira e por isso esgota as lotações dos estádios. Ontem, em Solna, na interpretação dos atores a estrela que mais brilhou foi Cristiano Ronaldo, o qual deixou muito para atrás o ator secundário Ibrahimovic.

Peço desculpa aos restantes intérpretes, porque todos representaram bem o seu papel e porque o futebol vale pelo colectivo, mas neste caso o individual criou o seu próprio guião. Acima de todos esteve CR7, ele tem uma criatividade e uma imaginação que extasia com a sua exótica magia que faz dele o melhor do mundo.

Ontem Cristiano foi o esplendor na relva, espalhou emoções, reforçou o apreço e o respeito que lhe devemos, convenceu os incautos, penetrou ainda mais nos nossos corações, alterou a cultura da má, língua de alguns adeptos, transmitiu-nos o orgulho de sermos portugueses, elevou-nos a auto estima que anda tão por baixo em termos de justiça social.

Apagou a vaidade do seu concorrente, Ibrahimovic, o qual antes do jogo disse a um jornalista «Estás a falar com Deus». No final o jornalista procurou pelo Deus do futebol e disseram-lhe, está ali, é o CR7 ele acaba de fazer o “milagre” da reviravolta que levou Portugal ao Mundial, após uma atuação memorável. De facto CR7 esteve omnipotente ao espalhar o seu poder criativo de forma genial.

O sucesso e o êxito geram inveja e o CR7 é muito invejado pelo cidadão comum que desejava ter a sua vida e também pelos colegas de profissão. Os jogadores são na maioria egocêntricos, vaidosos, arrogantes e invejosos. Cristiano é irreverente, pois “quem não se sente não é filho de boa gente”. Ele tem uma forte personalidade e apesar de toda a fama e proveito, continua a ser um homem humilde.

Veio do nada, mas com inteligência, lucidez, e tolerância, conseguiu quase tudo e impou-se nesta sociedade instável, insensível e insegura.

Por falar em vaidade. Também as provocações do “modesto” Ibrahimovic, o qual quando lhe perguntaram se o CR7 era o melhor disse, «Se em três contra ataques marcou três golos? Então é o melhor nisso. Mas este vaidoso ainda acrescentou «o Mundial sem mim, não vale a pena ser visto».

Também ao ignorar Joseph Blatter vincou a sua identidade e mostra que é grande em tudo. O presidente da FIFA, agora anda a pedir-lhe batatinhas, e ao elogiar a fantástica atuação de Cristiano Ronaldo, tenta redimir-se da porcaria que fez em Oxford.

Seja o melhor treinador de bancada!

Subscreva a newsletter do SAPO Desporto.

Vão vir "charters" de notificações.

Ative as notificações do SAPO Desporto.

Não fique fora de jogo!

Siga o SAPO Desporto nas redes sociais. Use a #SAPOdesporto nas suas publicações.