O FC Porto ontem chumbou no exame em Coimbra. Reprovou em todas as componentes do futebol. Em psicologia foi um desastre, a equipa encarou o jogo sem a motivação necessária que se exige a um campeão. Os dragões não tiveram atitude, nem agressividade, abordaram o jogo, receosos, intranquilos, sem confiança e de uma forma amorfa e apática.

Embora a parte psicológica influencie o somático, alguns jogadores, ou por cansaço ou por outo qualquer motivo, não repetiram as exibições realizadas na transacta terça-feira. Notou-se um menor rendimento, sobretudo em Alex Sandro. Mas Danilo, Josué, Lucho e Jackson, também estiveram a um nível inferior.

O “professor” Paulo Fonseca antes do jogo declarou que não acreditava em mudanças repentinas, e só as faria depois de serem preparadas. Porém, ao contrário das suas convicções, inesperadamente mudou a equipa. Mas sem resultado. Não se sabe se preparou esta alteração, mas sabe-se que não resultou.

Uma das hipóteses que tínhamos escrito era que os portuenses teriam de defender de forma coesa e segura face ao irreverente contra ataque dos estudantes. Contudo, não o fizeram. Na primeira parte, os conimbricenses criaram, para além da jogada que deu o canto do golo, um lance de contragolpe, em que um academista surgiu isolado na frente de Helton e poderia ter marcado.

Escrevemos que o Porto tem matéria-prima para formar uma poderosa equipa, e que Paulo Fonseca ainda não tinha implantado a sua cultura de jogo. Ontem ao fazer mudanças momentâneas complicou e desordenou por completo a táctica habitual. Quintero não é extremo. Ao dar-lhe este posicionamento o Porto perdeu estrutura defensiva, porque ele não acompanhava os avanços do lateral e seu jogo perdeu criatividade. Qintero é um organizador de jogo e não um rompedor.

Colocar Josué no corredor central foi uma boa ideia, mas que pouco resultou. Josué errou imensos passes, a defender não recuperou e fez demasiadas faltas. Com Lucho mais adiantado, as ações defensivas ficaram desniveladas, pois a Académica concentrava-se em peso nessa zona e saia em superioridade para o ataque. Aliás, perante estes equívocos e por mérito próprio a Académica foi muito superior nos 45 minutos iniciais.

Na segunda metade a Académica deu o domínio de jogo ao Porto e tratou de defender o resultado. Paulo Fonseca alérgico a mudanças precipitadas e impreparadas, foi obrigado a fazê-las. Com a entrada de Licá, mudou o seu fiel e habitual, 4X3X3, para 4X4X2, e depois ao adiantar Alex Sandro para médio ala, passou a actuar num 3X3X4.

Apesar dos estudantes convidarem os jogadores do campeão a atacar, os dragões, talvez por não terem preparado estas mudanças, elas não resultaram, a não ser um remate à trave por Jackson e num outro lance confuso, no qual Varela atirou ao poste e no seguimento Mangala errou o golo.

O Porto voltou às medíocres exibições e como tal não encontrou soluções para superar a compacta defesa dos estudantes. Aliás, o despejar a bola em passes longitudinais de trás para a frente, não resulta e só favorece quem defende, pois os defensores estão de frente para a bola e anulam quase todo o “chuveirinho”. Porém, para ultrapassar uma defesa cerrada, conhecem-se três formas de a suplantar, mas ontem, por qualquer razão, não foram utilizadas.