Após o sorteio para o Mundial Brasil 2014, a única dúvida é saber qual a equipa que fica em primeiro lugar no grupo F. Se é Portugal ou a Rússia? Aliás, estas duas seleções só podem perder pontos nos confrontos entre si, dada a mediocridade dos restantes oponentes.

Nestes jogos com o Luxemburgo e o Azerbaijão a seleção nacional foi e tinha de ser naturalmente superior. Só que a supremacia frente ao Luxemburgo, ficou aquém, muito aquém da diferença de valores. A nossa seleção é composta por profissionais que jogam nas melhores equipas do Mundo, enquanto a do Luxemburgo é constituída por vários amadores. E inexplicavelmente foi-nos superior durante “demasiado” tempo. 

Paulo Bento é um treinador que assume as responsabilidades. No final do encontro disse: «Talvez por minha culpa a mensagem não tenha chegado aos jogadores. Há coisas que são nossas e que duram anos a mudar, e muitas vezes não conseguimos». E acrescentou que os primeiros minutos desse jogo serviam de lição para o encontro com o Azerbaijão.

Felizmente só foram precisas 96 horas para tudo mudar. Esqueceu-se o discurso circunstancial e disparatado: “Entramos mal”, “O Luxemburgo tem uma boa equipa”, “Não há jogos fáceis”. Porém, aproveitou-se a lição. A mensagem de Paulo Bento chegou aos jogadores, e desta vez eles assimilaram-na.

Se La Palisse fosse treinador também diria: não basta ganhar, é preciso juntar boas exibições às vitórias. Ontem (já não era sem tempo), juntou-se o útil ao agradável. Correu tudo muito bem, os jogadores tiveram uma excelente atitude, espicaçados no seu orgulho correram mais, e de forma correta motivaram-se, entusiasmaram-se, jogaram de forma inteligente, introduziram a técnica individual no coletivo e foi o que se viu… 

O futebol é um fenómeno social que arrasta multidões (o AXA estava esgotado). É um jogo fascinante que quando bem praticado leva ao rubro a “tribo”. Quando a seleção ganha jogos, e joga bem, o “povo” vibra, salta, canta, e exulta: a alegria, o orgulho, e o sentimento de ser português. Esta momentânea satisfação é um alívio, e um autêntico pontapé na crise?