As discussões continuam sobre a realidade da nossa seleção de Futebol. É um conjunto de individualidades e sem conjunto? Poucas individualidades e pouco conjunto? Paulo Bento poderia e deveria fazer mais?

A nossa seleção é um caso de visão distorcida da sua identidade. Infelizmente para quem gosta e acompanha a equipa. Tem alguns jogadores que na sua posição conseguem ombrear com os melhores do mundo, algumas posições que carecem historicamente de alternativas e consecutivamente uma convocatória que desde do momento em que é realizada até ao momento de jogo, vai sofrendo um conjunto de mudanças. Exceto quando o jogo é mesmo importante! Veremos quantas modificações sofrerão no play-off!

E este q.b. durante alguns jogos e outros em que se dá tudo é que diferencia as outras que são de fato candidatas. Dão tudo em todos os jogos! A juntar a isto, para lá de nunca termos conquistado nada a este nível, consideramo-nos constantemente candidatos a algo, aumentando as expectativas, níveis de ansiedade e não nos apercebendo que esta autoconfiança passa os patamares positivos.

Cristiano Ronaldo tocou num ponto fundamental dos nossos jogos: as constantes instabilidades da dinâmica de jogo! Já com a Irlanda do Norte aconteceu, no empate a 3-3 em Israel, etc. Tem toda a razão. É preciso perceber que a equipa no seu conjunto adormece e tem sono muitas vezes. Não apenas no início. A identidade que assumimos tem picos de desconcentração coletiva.

Como eliminar? Explicar a importância do jogo não parece suficiente. Das possíveis consequências negativas de não ir ao Mundial também não. Do perigo que é um play-off também não, porque sempre que o disputámos passámos. Então? Infelizmente, existe a pior forma, que é perder o play-off e falhar o Brasil. Mais formas? Pela positiva, está complicado, parece que assumimos também nesta seleção uma caraterística muito Portuguesa: o q.b.! O quanto-baste para ir dando para estarmos num patamar um pouco acima do que é suficiente.