Estranhamente é um prémio que não acompanha a época desportiva mas sim o ano civil. E dessa forma, quem termina o ano em melhor forma leva muitos pontos à frente da memória curta que quem vota parece apresentar. Ronaldo apresenta apenas como ponto negativo os poucos títulos que ganhou. A esse nível, Ribery estaria na frente sem qualquer discussão. Messi parece comercialmente fora desta corrida.

Mas mais do que a justiça ou não justiça do prémio, a máquina este ano está montada para que seja coroado o jogador português. E diria ainda bem! Merecido. Mas qualquer um dos jogadores que tem sido falado para ganhar este prémio apresenta vários denominadores comuns. Trabalho, talento e melhoria contínua. Exigência com ele próprio.

As últimas teorias apontam que estes casos de atletas de sucesso trabalham muito mais do que outros que não chegam a estes patamares. Comprova-se que o talento é um princípio que segmenta os melhores e que querem ser ainda muito melhores dos que são melhorzinhos e se contentam. A obsessão com que querem atingir os seus objetivos, sempre elevados, é maior do que a grande maioria dos seus colegas de profissão.

Os vários documentários da carreira de Ronaldo sustentam um atleta que desde muito cedo esteve focado, muito focado, em alcançar o patamar mais elevado. Fisicamente melhorou sempre. É um jogador completo a vários níveis. Mentalmente muito forte e desde de muito cedo, ‘atirou-se’ para contextos muito difíceis. Mas diria que este é mais um denominador comum. Poucos são aqueles que no mundo de hoje, conseguem apenas com talento sobreviver durante muitos meses, anos, numa competição feroz como é o desporto de alta competição e, neste caso muito específico do futebol, superar métodos de treino cada vez mais exigentes.  

A conclusão que se vai retirando da carreira de Cristiano Ronaldo é que ele quis de facto chegar onde está. A palavra ‘quis’ engloba não apenas um desejo de querer. Mas sim de trabalho contínuo e potenciando sempre o talento que tinha. Mas acima de tudo, muito foco no trabalho para poder aumentar ainda mais a habilidade em algumas ações físicas, táticas, técnicas e mentais.

É verdade que muitos jogadores trabalham no duro. Não sabemos se mais ou melhor que os que vencem mais vezes que os ‘outros’. Mas sem talento, também não se fazem milagres. Mas é verdade, que muitos com talento se perderam. Em Portugal, infelizmente, há histórias para contar de atletas que se perderam para sempre.  

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