Lucho era daqueles jogadores – dos poucos, entenda-se – que os adeptos adversários aplaudiam. Sabiam admirar. Era mais que um jogador. Era um capitão diferente. Tinha muita qualidade de jogo, respeitava o adversário, era muito correto nos flashes após os jogos. Diferenciava-se de ser apenas um jogador. Era um atleta completo. Pessoalmente gostava de o observar não apenas as suas movimentações, mas como liderava e comunicava com os seus colegas em campo. Aplaudi-o sempre que foi ao estádio do meu clube.

A saída de Lucho apanhou a grande maioria dos adeptos de futebol surpreendidos. Considero que não se pode explicar esta saída com um apenas ‘o jogador pediu para sair e nós fomos apanhados de surpresa’ como referiu Paulo Fonseca. É certo que Pinto da Costa já tinha referido há umas semanas que o jogador tinha pedido um tempo para pensar sobre a renovação. Ou Lucho não tinha dito o motivo ou Paulo Fonseca ‘patinou’ na conferência de imprensa.

Num FC Porto normal, Lucho nunca sairia no mês de Janeiro com o clube em 3º lugar independentemente de estar tudo em aberto e bastar uma escorregadela dos adversários para ficar novamente em primeiro. FC Porto ganhou zero com este negócio. Mas poupou é verdade. Mas não se ganham Ligas poupando, ganha-se investindo bem e Lucho valia esse investimento. Se para alguns, Lucho no mapa era um excelente jogador, bom exemplo e capitão, na verdade ele era mais do que isso.

Uns defendem que Lucho tinha 33 anos. E que já não corria como antes. Em Abril último Lucho era o atleta que mais tinha corrido das equipas portuguesas na Liga dos Campeões 2013.

O que se nota é que algumas decisões fogem ao traço normal do que nos tinha habituado a estrutura do Porto. A questão é saber porque acontecem. Uma mudança de valores, estratégia, objetivos? Diferentes abordagens?

Como sempre, no final da Liga ver-se-á se a decisão foi ou não foi correta. Com pena vimos partir um excelente atleta. Com a convicção que valia mais do que apenas um jogador.