A dois jogos do término da época desportiva profissional é interessante apresentar aquilo que pode ser a identidade comportamental das equipas / treinadores das equipas que compõem a Liga principal.

Começando pelos três grandes e primeiros classificados, diria que é possível apresentar e diferenciar três fases relativamente ao seu comportamento e ao estado de maturidade durante a época. O Benfica apresentou uma primeira face, a recuperar das várias saídas de elementos titulares e importantes e a conviver com a necessidade de adaptações constantes. O rendimento em termos qualitativos não era excelente, mas a permanência de Enzo e o elo estranho Talisca com uma base de grande cooperação e experiência do conjunto foram conseguindo manter a equipa em fase de discutir os títulos a nível interno.

Uma segunda fase, é a saída quase que meia voluntária meia desleixada das competições europeias com a saída também de Enzo onde a equipa deu durante vários jogos a noção que cair poderia ser uma questão de dias, sem capacidade de explosão. Aí apareceu Jonas, desapareceu Talisca e a equipa, apenas focada na Liga, soube ir crescendo quer em termos de maturidade quer em termos de competência competitiva.

No Porto, considero que as fases foram ainda mais diferenciadas. Uma primeira, onde Lopetegui voluntariamente apostou na rotatividade como forma de ir mantendo todos os elementos à tona de água e motivados e numa altura onde nenhuma competição ficava demasiada comprometida. Com a queda na Taça de Portugal e alguns pontos na Liga dos quais a derrota em casa frente ao Benfica, Lopetegui começou a afunilar nos jogadores que utilizava e a equipa apresentou uma qualidade de jogo bastante acima dos adversários e conseguiu embandeirar em arco quer a nível interno quer a nível externo com boas exibições.

Com o desaproveitamento na Liga, com a saída da Taça da Liga e das competições europeias, a culminar com uma semana quase que à ‘Peseiro’, o plantel foi-se partindo, a má gestão emocional destacou-se com os jogadores que mais peso teriam no plantel e existiram dois acontecimentos muito evidentes: o treinador ficou ainda mais só, nas críticas, na dedicação e na diferença entre aquilo que disse que a equipa iria fazer e que a equipa fez; e no alinhamento relativamente às arbitragens como fator decisor na decisão da Liga.

O Sporting, de forma ainda mais surpreendente, apresentou uma uniformidade de padrões dentro do campo extraordinários. Que vem reforçar ainda mais a pouca competitividade da nossa Liga. O facto dos três grandes conseguirem muitos pontos comparativamente aos anos anteriores mesmo com apenas 30 jogos por exemplo, e não terem conseguido conquistar o seu objetivo principal. A maior divergência do Sporting acontece fora do terreno de jogo.

Uma fase onde a equipa técnica se dá literalmente com o Presidente, com bons jogos, eliminando o Porto no Dragão e não passando à fase seguinte da Liga dos Campeões quase que apenas por um erro grave da equipa de arbitragem na Alemanha, um pós-despedimento que não se verifica e dá lugar a uma paz podre - e que aqui e noutros locais foi referida -, mas a massa adepta preferiu dizer que era mentira. E uma última fase e face, que em termos exibicionais manteve-se e existiu uma boa gestão por parte da equipa técnica na gestão intra e inter-equipa com o seu próprio clube, mas as relações entre a equipa técnica e o Presidente passaram de más a inexistentes ou cordiais apenas.

Voltamos com esta análise daqui a duas semanas, pois dia 1 de Junho, estaremos cá para analisar as finais das Taças e para perceber melhor se Jorge Jesus já tem novidades para nós, e como vai Bruno de Carvalho gerir a situação Marco Silva. Se vencer, como irá explicar a sua saída e se perder como explicar o fracasso e explicar na mesma a saída de Marco Silva.

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