A Liga vai avançando, as jornadas sucedem-se e aquilo que vamos percebendo é que provavelmente os três candidatos (por agora) vão perder ainda pontos. Não existe uma resposta completamente certa se é a competitividade que subiu ou o nível de qualidade que desceu, sem qualquer desprimor do trabalho magnífico dos treinadores, mas a verdade é que mesmo com muitas vitórias dos candidatos a campeões, os jogos vão sendo disputados em alguns casos até aos últimos minutos.

Jornada após jornada observamos detalhes novos. Uns positivos outros nem tanto. Um Sporting que vence e que curiosamente treme mais em casa do que fora, apesar do seu público continuar a participar em massa naquilo que é o décimo jogador leonino. Um plantel desequilibrado mas que Jorge Jesus consegue descobrir sempre mais um jogador pronto a pegar na equipa quando algum jogador vai desaparecendo. Goste-se ou não do estilo, Jorge Jesus tem dom para esta competição. É verdade que pode cair, como qualquer outro, mas o Sporting prepara-se para deliberadamente cair na prova europeia e focar-se naquilo que é a maior motivação do treinador português.

Sobre o jogo de sábado, ainda bem que a justiça desportiva veio ao de cima. Mas atenção, em muitos outros casos com todos os clubes, nem sempre é possível isso. Continuo a considerar que as teclas mais importantes deveriam ser a coerência com que a comunicação social trata todos os casos e formação e mais formação para todos.

Sobre o segundo jogo em Moreira de Cónegos do Benfica, mais uma vitória clara dos encarnados. A evolução dos primeiros jogos da época para agora é enorme. Se na altura se responsabilizava Rui Vitória, agora é tempo de reconhecer o seu trabalho. Pode não dar para vencer nada mas a verdade é que a evolução permitiu abandonar o luto das ideias que existiram durante vários anos e focar-se apenas naquilo que eram as suas considerando sempre a matéria-prima existente na Luz. E se por um lado considero que este é um dos plantéis mais limitados em termos de variedade e qualidade nos últimos anos, a verdade é que o treinador português conseguiu inventar soluções ou com a formação ou com as adaptações de jogadores como Pizzi.

Finalmente, sobre José Peseiro e a sua vitória abaixo de Coimbra, com o recuperar do marcador e com um futebol mais objetivo. Em pouco tempo, embora contra um adversário sem grandes armas, o treinador de Coruche colocou a equipa do Porto mais objetiva, mais focada em chegar de modo célere à baliza adversária e com alguns jogadores a aparecerem mais e naturalmente outros menos. O maior desafio de Peseiro será que a confiança em si depositada se mantenha até alturas da época que possibilitem lutar pelas frentes todas onde está inserido. Não dependendo já de si para a mais importante, daqui a duas jornadas haverá um clássico em que será na minha opinião o primeiro cenário onde se poderá verdadeiramente entender que mudanças comportamentais o treinador português teve nos seus últimos anos fora de Portugal.