Governantes, organizações humanitárias e adeptos de râguebi da Oceânia lamentaram esta quarta-feira a morte do neozelandês Jonah Lomu, considerado como um dos melhores jogadores mundiais de sempre.

Lomu morreu hoje, aos 40 anos, 13 anos depois de ter abandonado a competição devido a um grave problema renal, que o obrigou a submeter-se a um transplante, em 2004.

A sua mulher, Nadene, comunicou “com grande tristeza” a morte de Lomu, colocando uma foto de família na rede social Facebook e pedindo respeito pelos filhos Brayley e Dhyreille, de seis e cinco anos, respetivamente.

O primeiro-ministro neozelandês, John Key, classificou-o “não só como um grande embaixador do râguebi e da Nova Zelândia, mas também como alguém que sempre se empenhou em atividades de beneficência em prol da comunidade”.

O trabalho de Lomu fora de campo foi também destacado pela diretora da UNICEF na Nova Zelândia, Vivien Maidaborn, que lembrou Jonah Lomu como “modelo de desportista e de pai”, destacando o “apoio que sempre deu ao trabalho da UNICEF”.

Lomu, que somou 63 internacionalizações pelos ‘All Blacks’ entre 1994 e 2002, revolucionou o râguebi, graças a uma forma de jogar baseada na sua velocidade e envergadura, e contribuiu para a promoção da modalidade em todo o mundo, num período que coincidiu com a profissionalização do râguebi.

George Gregan, lenda do râguebi australiano, considerou-o “um gigante gentil” e “uma superestrela internacional que colocou o râguebi no mapa”.

No arquipélago de Tonga, de onde são originários os pais e onde o jogador, nascido em Auckland, passou parte da infância, o governo prepara-se para discutir as homenagens a prestar a Lomu, cuja fama levou muitos progenitores a batizarem os filhos com o seu nome.

No início de outubro, Lomu, que nos tempos áureos ‘distribuía’ quase 120 quilos por 1,96 metros de altura, viu o sul-africano Bryan Habana igualar o seu recorde de 15 ensaios em mundiais de râguebi.

O ensaio concretizado na meia-final do Mundial de râguebi em 1995, contra a Inglaterra, foi considerado a melhor jogada de um Mundial. Pouco tempo depois deste Mundial, foi-lhe diagnosticada uma síndrome nefrótica, que afeta os rins.

Jonah Lomu foi retratado no filme Invictus, de Clint Eastwood, e é o jogador adversário ao qual Nelson Mandela dedica mais tempo quando cumprimenta a equipa neozelandesa.

O antigo jogador, que recentemente tinha viajado com a família, fez a sua última publicação na rede social Facebook, a 13 de novembro, na qual garantia que o seu coração estava com a cidade de Paris, onde nesse dia foram perpetrados sete ataques terroristas, que causaram, pelo menos 129 mortos.