O candidato à presidência do Sporting, Bruno de Carvalho, criticou hoje duramente a dupla indigitada para dirigir o futebol profissional do candidato Godinho Lopes, composta por Luís Duque e Carlos Freitas.

«Carlos Freitas contratou 60 jogadores gastando quase 70 milhões de euros, dos quais apenas um, até hoje, deu lucro ao Sporting, que foi o Deivid, cerca de um milhão e meio», disse Bruno de Carvalho em entrevista à agência Lusa, dando alguns exemplos concretos.

Recordou o caso de um jogador que, como foi dito na altura, «era para vir por um certo valor, que depois custou 7 milhões de euros e que acabou por sair de borla, chamado Rodrigo Tello».

Outro exemplo que citou foi o de Spehar, que veio para o Sporting lesionado no ano do título de 1999/00 e que o médico do clube na altura, Fernando Ferreira, «recusou na sequência dos exames médicos, tendo sido por isso despedido».

«No ano seguinte essa dupla magnífica trouxe para o Sporting Mahon’s, Nalitzis, Kirovsky’s e Bruno Caíres, que não jogava há mais de um ano e meio. Por amor de Deus, esse é que é o paradigma do sucesso?», interrogou Bruno de Carvalho, relembrando que Luís Duque e Carlos Freitas «chegaram em Dezembro, quando havia já muito trabalho feito».

Sobre as aquisições bem sucedidas de André Cruz, M’penza e César Prates, referiu que o primeiro foi «fantástico», o segundo «foi jogando» e o terceiro «nem acabou a época, pois já cá estava Saber».

O candidato às eleições do Sporting de 26 de Março desafiou Carlos Freitas a mostrar «o curso maravilhoso que tirou – e que fez com que, em sessenta jogadores que contratou, apenas tenha acertado em três – e questionou se aquele «fará acreditar os sportinguistas que irá agora fazer um trabalho diferente».

Desmistificou as aquisições a custo zero, porque significam «prémios de assinatura, salários e alguém a ganhar dinheiro que não o Sporting», que só teve lucro com Deivid: «Se isto é que é uma gestão de sucesso, a nossa não será assim».

Depois as críticas voltaram-se para o antigo presidente da SAD Luís Duque, cuja saída do Sporting considerou «estranha» depois de ter sido campeão em 1999/00, lembrando que André Cruz «tinha idade avançada», M’Penza «não ganhava nada de especial», Spehar «devia ter pago ao Sporting» e ainda César Prates.

«Acreditam que foram estes quatro jogadores que fizeram com que o Relatório e Contas duplicasse em 1999/00 os custos com pessoal? Se calhar foi por isso que o ‘dream team’ se desfez por ter acabado o dinheiro», observou o presidente da Fundação Aragão Pinto, esclarecendo que fez esta afirmação não como candidato à presidência do Sporting, mas como sportinguista.

Bruno de Carvalho promete gerir o futebol profissional de forma distinta: «Não queremos fazer gastos à Luís Duque, Carlos Freitas e Godinho Lopes, nem à José Eduardo Bettencourt. O que temos de fazer é comprar jogadores de valia, que vão trazer títulos sem termos de gastar ‘à doida’ e depois fugir do Sporting alegando questões pessoais, que é o que acontece quando não se tem coragem».

Quanto ao segundo campeonato conquistado pelo Sporting, na época 2001/02, alegou que até ele, que não é treinador, teria sido campeão com a dupla João Pinto/Jardel.