O selecionador português de voleibol, Hugo Silva, disse hoje esperar muitas dificuldades na Finlândia, onde prossegue o apuramento para o Euro2017, dado que "Portugal já não dispôe do fator surpresa inerente à renovação de meia equipa”.

Portugal terminou na liderança o primeiro torneio do grupo B de qualificação para o Euro2017, disputado na cidade dinamarquesa de Sonderborg, contando por vitórias os jogos realizados com a Finlândia, por 3-0, Dinamarca, por 3-1, e Suécia, por 3-2, mas o apuramento ainda se encontra a meio.

De sexta-feira a domingo, em Helsínquia, decorre o segundo torneio do grupo B, envolvendo as mesmas seleções de Portugal, Finlândia, Suécia e Dinamarca, que permitirá ao vencedor o apuramento direto para o Euro2017, a decorrer na Polónia, e ao segundo classificado o acesso a um ‘play-off’.

“Quando começámos este torneio tínhamos em curso um processo de renovação, precisamente para esta qualificação, dado que saíram três jogadores em relação à Liga Mundial, e havia alguma expectativa em saber como é que os substitutos iriam responder às exigências de uma qualificação destas”, disse Hugo Silva.

O selecionador referia-se às saídas dos experientes Hugo Gaspar (oposto), André Lopes (zona 4) e Fabrício Silva ‘Kibinho’ (central), rendidos no habitual ‘seis’ da seleção portuguesa pelos suplentes Marco Ferreira, João Simões e Filip Cveticanin.

“O primeiro jogo correu bem (triunfo sobre a Finlândia, por 3-0) e isso empolgou a equipa para fazer um torneio só com vitórias, embora muito difícil e muito suado. Agora, na Finlândia, esperamos ainda mais dificuldades”, disse à agência Lusa Hugo Silva.

O selecionador admitiu que os adversários sabiam que Portugal estava numa fase de renovação e que, por isso mesmo, poderia estar mais fraco, e que também se encontrava na expectativa de saber como é que a equipa iria reagir à integração dos novos jogadores.

“Toda a gente tem a noção das dificuldades que Portugal vai encontrar na Finlândia, mas, uma vez que estamos na posição em que estamos, vamos tentar fazer tudo para a manter”, disse Hugo Silva, considerando determinante o primeiro jogo com a Dinamarca.

Caso Portugal vença a Dinamarca na sexta-feira, no arranque do segundo torneio, não só garante o acesso ao ‘play-off’ como também coloca pressão na Finlândia, seleção tida como principal adversário à qualificação direta, e na Suécia, face à possibilidade de poder ainda sonhar em estar no Euro2017.

Hugo Silva recordou que “o fator surpresa resulta num jogo e não em três, como atestam as dificuldades crescentes espelhados pelos resultados na Dinamarca” (3-0, 3-1 e 3-2), dado que “no segundo encontro as seleções já estavam mais do que prevenidas”.

“A partir de agora as seleções vão entrar com um respeito completamente diferente e daí eu dizer que este torneio ainda vai ser mais difícil”, disse Hugo Silva, escusando-se a traçar prognósticos e a “lançar foguetes antes do tempo”.

Ainda de acordo com o selecionador, quem olha para a classificação diz que Portugal está bem encaminhado e que o apuramento não vai escapar, mas recordou que uma derrota com a Finlândia, por 3-0 e 3-1, poder alterar a situação de liderança.

“O nosso pensamento tem que ser jogo a jogo. Temos, de alguma forma, de tentar fazer tudo por tudo para entrar bem nos jogos, pressionando os adversários. A vitória no primeiro jogo dá-nos automaticamente a passagem ao ‘playoff’, o que por si só já é fantástico”, disse.

De acordo com o selecionador, garantir o ‘playoff’ e estar presente num momento decisivo de qualificação para o Euro2017 “já é bastante positivo para a seleção”, que “só tem que aproveitar o momento em que nada tem a perder e tudo a ganhar”.

“Mas a seleção tem demonstrado uma ambição muito grande. Um querer muito grande e não quer ficar por aqui. A equipa vai fazer tudo por tudo para tentar qualificar-se diretamente nesta poule da Finlândia”, acrescentou o selecionador.

Independentemente do resultado do torneio a realizar na Finlândia, Hugo Silva reconheceu que a seleção “está já de parabéns por ter representado Portugal de uma forma muito digna”.