Pode ter passado despercebido para a maior parte dos portugueses mas, a 06 de abril de 2024, um português sagrou-se, pela primeira vez, campeão Intercontinental de boxe da IBF (International Boxing Federation).O feito foi alcançado por Uisma 'Monstro' Lima, do Vitória Sport Clube.

Aos 31 anos, o pugilista luso-angolano quer continuar a cimentar o seu nome na modalidade e conquistar mais títulos internacionais. Uisma entrou tarde para o boxe profissional mas tem um currículo de respeito: 11 vitórias em 12 combates, oito deles por KO.

O futuro passa por combater em grandes palcos nos EUA e, depois de pendurar as luvas, ajudar outros pugilistas portugueses em combates lá fora, onde está o dinheiro.

Uisma Lima: imagens da carreira do pugilista português de 31 anos

Título Mundial: um sonho tornado realidade

Cada 'jab' [n.d.r.] soco] da sua potente esquerda que atirava contra Haro Matevosyan levava consigo um pouco do sonho deste menino que se fez homem, e que aos oito anos trocou Luanda pelo Porto. O trabalho de pés, os braços levantados e sempre ao ataque. Esta foi a estratégia delineada com o seu treinador Alberto Costa para derrubar o, até então, campeão do Mundo na categoria de peso de SuperWelter, menos de 70 quilos, e trazer o cinturão para Portugal. Foi como ganhar o Euro2024 em casa dos alemães.

"Sabíamos que tínhamos de estar melhores física e tecnicamente que o adversário porque, jogando fora, tínhamos de fazer mais, de estar no controle. Sabíamos que um dos aspetos a trabalhar seria o 'jab', que seria importante manter o ritmo. Trabalhei muito com o Alberto Costa [treinador], principalmente o direito, para manter o ritmo do jogo e para comandar o combate. Cansámos o adversário e depois pusemos um TKO", recorda Uisma Lima, em conversa telefónica com o SAPO Desporto desde Rio Tinto, Porto.

O combate, programado para 12 assaltos, foi finalizado ao 11.º. O sangue que escorria do olho esquerdo de Haro Matevosyan, um alemão nascido em Yerevan, Arménia, era sinal dos estragos provocados pelo luso-angolano de 31 anos. Matevosyan, da mesma idade, sentia que o cinturão escorria-lhe pernas abaixo, que o título mudaria de mãos. Informou o juiz principal Oliver Brien, que teria de parar, não estava a ver do olho esquerdo. Mas do olho direito, via a chegar ao fim a sua impressionante série de 18 vitórias no SuperWelter, nove deles por KO. Culpa de um português.

"Deve ter sido um golpe direto, dos muitos golpes que lhe dei, foi o plano perfeito posto em prática", sublinha Uisma.

Ao 11.º assalto, e por TKO (KO técnico), Uisma Lima fazia desfraldar a bandeira de Portugal no Stadthalle, Falkensee, arredores de Berlim e sagrava-se campeão Intercontinental da IBF (International Boxing Federation). A felicidade tomou conta do rosto do pugilista e do seu treinador.

Para que tudo corresse sobre carris, o pugilista do Vitória Sport Clube delineou, com a sua vasta equipa de técnicos, um plano minucioso, antes de subir ao topo do mundo. Desengane-se quem pensa que um combate de boxe é só subir ao ringe e desatar aos socos. Três meses é o tempo que se leva a preparar para um combate desta envergadura.

12 combates, 11 vitórias, oito por KO: A alcunha de Monstro não lhe fica mal

Os resultados ao longo dos 12 anos de carreira deram o mote para a alcunha de 'Monstro'. Porque tudo o que Uisma batia, caía. Alcunha essa que nasceu no ringue, durante um treino.

"O meu 'nickname' veio através de um treino, estava a fazer 'sparring' [combate-treino] com um dos meus colegas, fui tão intenso que ele no final do 'sparring' virou-se para mim e disse, 'Eh pá, és um monstro'. As pessoas que estavam comigo gostaram e desde aí ficou o Monstro", conta-nos Uisma. O colega, também ele pugilista, morreu no início de abril, vítima de um tiroteio no bairro da Ramalde, no Porto, aos 27 anos.

Profissional de boxe desde 2019, Uisma Lima acumulou um total de 11 vitórias em 12 combates, oito deles por KO. Vitórias que o ajudaram a subir nos rankings, a construir currículo, e a ser solicitado para combater lá fora, onde está o dinheiro e o prestígio.

A derrota, a única da carreira até agora, foi um risco numa altura em que não estavam reunidos todos os pressupostos para vencer. Foi dolorosa mas foi positiva.

A 16 de junho de 2023, o agora campeão do Mundo na categoria de peso de SuperWelter, menos de 70 quilos, subiu ao palco do mítico York Hall em Bethnal Green, Londres, para tentar o primeiro título mundial da carreira, mais precisamente no 'World Boxing Council International Middle'.

O irlandês Aaron McKenna chegava com currículo. Aos 24 anos, ganhou fama por ter vencido todos os anteriores 16 combates disputados enquanto profissional, oito deles por KO, o que lhe valeu a alcunha de 'Silencer'. Uisma teria de suar para bater o já experiente McKenna, apesar de este ser mais novo. Os olhos do Mundo estavam fixados na 'Sky Sports', canal britânico que transmitiu o combate em direto. Foi uma luta intensa, definida nos detalhes. McKenna venceu por 100-91, 98-92 e 98-93, notas dadas pelos três juízes.

"Foi um risco, sabíamos disso, fomos chamados a duas semanas do combate. Fisicamente estava bem mas tecnicamente e estrategicamente precisávamos de tempo para trabalhar. Mas era um boa proposta, de uma grande organização bem conhecida, a Skyboxe, e arriscámos. Sabíamos que podíamos perder mas também que podíamos ganhar. Não estávamos preparados a cem por cento, foi em parte devido a isso que perdi, mas às vezes temos de arriscar, faz parte", admite, sem sobressaltos.

Duas semanas de preparação nunca seriam suficientes para preparar o combate, reconheceu Uisma.

"A parte física estava bem porque eu não paro de treinar, mas a parte técnica e estratégica e também a mental, que é importante nesse nível, não estava. Era a disputa do meu primeiro título... Por um lado foi bom ter perdido porque às vezes é bom ver em que ponto estou, e às vezes só com a derrota é que conseguimos ver onde estamos. Isso fez-me trabalhar mais e mais e agora tento sempre trabalhar ainda mais", analisou.

A derrota lembrou a Uisma que a caminhada não "vai ser só vitórias", e que perder faz parte do processo. "Importante é continuar a caminhada, treinar direitinho e aceitar as boas propostas que têm vindo a aparecer", garante.

De MMA, ao Kickboxing até ao boxe

Uisma dos Ramos Lima nasceu a 01 de fevereiro de 1993, em Angola. A paixão pelo boxe começou aos oito anos, quando trocou Luanda pelo Porto. Até chegar ao boxe, experimentou MMA (Mixed Martial Arts), onde defrontou Pedro Carvalho, a principal referência portuguesa da modalidade no peso pena, e Kickboxing, até decidir que o pugilismo era o caminho.

"Primeiro comecei no kickboxing e depois é que fui para o MMA. A primeira academia que frequentei, o Sistema Marcial de Defesa (SMD), no Porto, a primeira vez que fui treinar, não era para fazer competição. Eles lá tinham um pouco de tudo: MMA, kickboxing, karaté, Jiu-Jitsu e tinham boxe, cada dia havia uma modalidade. Comecei a treinar e o Ricardo Lisboa e a Ana Azevedo, os mestres de lá, perguntaram-me se não queria colocar em prática num combate o que andava a treinar. Aceitei, comecei no kickboxing, depois fui para o MMA amador", revela.

Imagens da carreira do pugilista Uisma Lima
Uisma Lima nos tempos de MMA @Facebook e Instagram de Uisma Lima
 

"Fiz combates de MMA e kickboxing amador, depois passei para o kickboxing profissional, e MMA profissional. Gostei muito mas sempre gostei mais do boxe. Depois de fazer alguns combates, disse 'Já chega, a minha cena é mesmo o boxe'", recorda o pugilista.

No SMD, Uisma Lima estreou-se no boxe na Taça de Portugal, a derrotar, na altura, o vencedor do troféu. "Senti-me muito feliz e quis mais boxe. Parei de fazer MMA e kickboxing".

Quando ganhei o torneio, disse para mim, 'Quero fazer disto vida'. Desde aí estou focado no boxe, estou apaixonado pelo boxe

Dos tempos das outras artes marciais, guarda os números. No MMA está invicto, com quatro vitórias no profissional e quatro no amador, num total de oito triunfos. No kickboxing, perdeu apenas dois dos 18 combates que teve.

Foi no Odivelas Box Cup, um dos mais reputados torneios portugueses da modalidade, que este luso-angolano sentiu que podia fazer do boxe a sua vida. Na estreia, perdeu com um atleta da seleção da Alemanha. A primeira derrota no boxe não o desarmou. Uisma sabia ao que ia.

"No segundo ano no Odivelas Cup ganhei a atletas de Inglaterra, ganhei ao número 1 de Portugal na altura, o Bruno Pereira, que era do Sporting", lembra-se.

De lá para cá, tem percorrido Portugal de norte a sul, a treinar e a competir, e tem feito currículo lá fora, com combates no Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte). A estreia a nível profissional aconteceu a 23 de fevereiro de 2019, diante do maliano Youssouf Kone, em Martorell, Espanha. Seguiu-se o espanhol Mansur Muti (Recinto Ferial, Santa Cruz de Tenerife), antes de três pugilistas da Nicarágua: Michael Mora (Centro de Desportos e Congressos, Matosinhos), Miguel Aguilar (Centro de Desportos e Congressos, Matosinhos) e Edwin Palacios (Pavilhão Gimnodesportivo Municipal de Fânzeres, Gondomar). Todos caíram por KO.

Um sonho patrocinado por amigos

Mas antes de se fazer a estrada e seguir o sonho, muita pedra teve Uisma de partir. Dos tempos de amador, recorda-se dos muitos gastos, pagos do seu bolso, com ajuda dos amigos, os seus principais patrocinadores na altura, para mostrar o seu talento.

"Quando era amador, era tudo do meu bolso. A gasolina para as deslocações, portagens, o alojamento, a alimentação, para os torneios onde ia. Falava com amigos e eles é que eram os meus patrocinadores, ajudavam nessa parte. E isso é o que fazem muitos atletas amadores", recorda.

O pugilista de 31 anos lamenta que em Portugal "as pessoas ainda pensam que o boxe é só pancadaria e não olham para o grande retorno financeiro" que pode dar, "num país onde as pessoas só querem saber de futebol". A Federação, que só este ano "começou a fazer as coisas como deve ser", diz Uisma, "não ajuda nada os profissionais", que têm ainda de "pagar seguros, exames médicos."

Os títulos que foi ganhando e o nome que foi construindo atraíram a atenção de alguns empresários do Norte de Portugal. Alguns amigos falaram com outros amigos e esses com outros amigos, na angariação de patrocinadores. Amigos que acreditam no seu trabalho, que o ajudaram. Uisma quer retribuir com mais trabalho, mais querer, mais vitórias.

"Neste momento os meus patrocinadores principais são o Sérgio Cambas, proprietário dos Restaurantes 'Brasão', o Jorge Viegas do 'Stand belouracar', o Rui moreira do 'Cofriel', o Tiago Monteiro da 'Confeitaria Boca Doce', o Eduardo Xavier da 'Taberna londrina', o Diogo Ribeiro do 'Hilário da Silva confeitaria', a Liliana Alves da 'Confeitaria Alcatea', o osteopata Dan Popusoi e o Daniel Custódio que é um jogador de poker. Fui angariando patrocinadores falado com as pessoas e com os amigos. Mas já foi mais difícil", lembra.

O dinheiro ganho em combates lá fora ajudaram a que Uisma possa agora concentrar-se apenas no boxe. Mas nem sempre chega.

"Só para ir treinar ao Vitória, gasto por mês 300 euros de combustível, mais a portagem, 100 euros. Tenho o meu treinador físico, que é caro. Por mês gasto mais de mil euros. Às vezes tiro dinheiro da família para pôr no boxe. É complicado. Se for treinar noutro sítio, tenho de gastar dinheiro com viagens, alimentação, ... são muitos gastos", explica.

Ao passar para o profissional, o atual campeão do Mundo na categoria de peso de SuperWelter, da IBF (International Boxing Federation), sabia que tinha de se rodear das pessoas certas para alcançar os seus objetivos. O treinador Pedro Magalhães trata-lhe do físico, a parte técnica está a cargo de Alberto Costa. Filipe Carvalho é o mental coach, o nutricionista é o Filipe Matos. A sua promotora, a LetsGoManagement, é de Inglaterra, o empresário é da Escócia.

Imagens da carreira do pugilista Uisma Lima
@Facebook e Instagram de Uisma Lima

Os combates importantes de 12 rounds requerem três meses de preparação. Mas antes de começar, já Uisma está "a seguir um plano alimentar para quando chegar na semana do combate, estar abaixo do peso".  [...] "Nunca falhei nenhuma balança e espero nunca falhar, sou muito profissional".

A coordenação entre o técnico, o físico, o mental e o alimentar é muito importante.

"Temos de estar bem alinhados com o treinador técnico, com o treinador físico, fazer bons 'sparrings' [n.d.r. combates de treino], treinar com os melhores para estarmos no melhor nível. Vou fazer isso no Reino Unido porque eles lá tem bons atletas, estão mais evoluídos. É muito importante trabalhar o físico, trabalhar a parte técnica com o Alberto. Também faço mental coach, importante para a parte mental, estar com a família porque às vezes passamos muito tempo fora de casa. Fazemos um plano estruturado durante três meses, e seguir isso. É treinar bem e duro nesses três meses e depois no fim vem a bonança que é vencer o combate", esta é a receita.

Alberto Costa está a moldar Uisma para chegar a outros palcos

Em 2023, Uisma Lima passou a defender as cores do Vitória Sport Clube. Uma decisão pensada na sua evolução. No emblema minhoto passava a poder treinar com os melhores e ser orientado também pelos melhores. Neste caso, o treinador Alberto Costa, que comanda o boxe e o kickboxing dos vitorianos.

Os dois conheceram-se quando Uisma praticava kickboxing e Alberto Costa era o selecionador nacional da modalidade.  De lá para cá, o pugilista foi aprendendo com outros técnicos como Fernando Kinguell, da Academia Don Kinguell, mas o seu desejo era voltar a trabalhar com Alberto Costa, "um dos melhores, senão mesmo o melhor de Portugal".

O homem responsável pelo treino técnico do pugilista luso destaca a "alegria", o "sentido de humor espetacular" e a "dedicação a 1000 por cento".

É um dos melhores atletas que já passou pelas minhas mãos

Alberto Costa, um dos nomes mais respeitados no boxe e no kickboxing nacional, não mede as palavras na hora de falar de Uisma Lima:

"Já levo um largo tempo, quase uma vida a dar treino, já formei imensos campeões [...] O Uisma é o atleta com mais qualidade que passou pelas minhas mãos e o resultado é a conquista deste título da IBF, o culminar de tudo o que Uisma representa em qualidade", garante-nos. E como chegou até aqui?

"Ele leva a sério todos os aspetos do treino e isso fez com ele chegasse ao patamar onde está".

Na conversa com o SAPO Desporto, Alberto Costa destaca a capacidade de adaptação do pugilista de Rio Tinto, que explica muito a sua evolução.

"É um atleta que se eu trabalhar para um determinado adversário, ele adapta-se, ele consegue executar tudo aquilo que eu peço. Se eu planear um trabalho para o Uisma fazer na curta distância, ele faz, se for para a média-longa distância, ele faz, se quiser que ele trabalhe em velocidade ou potência, ele trabalha, se for para assumir um combate, ele assume, se for para contra-golpear, ele trabalha como contragolpeador", explica.

A sua evolução é notória mas ainda pode crescer mais.

" Tem melhorado na velocidade, mas acima de tudo melhorou bastante em saber controlar o jogo, perceber mais o jogo, trabalhar a precisão de golpe, qualidades onde ele mais evoluiu ultimamente. É um atleta cuja dedicação faz com que evolua a cada semana de trabalho", termina.

Melhorou muito na potência de golpe, está a executar todos os golpes com uma potencia,... ufff... acho que nunca pegou tão forte

Uisma já não vai para novo - tem 31 anos - mas Alberto Costa acredita que ainda pode subir a fasquia e pisar os grandes palcos da modalidade, nos EUA, "onde passaram as grandes lendas do boxe".

"A sua evolução tem sido tão boa e sei que ainda vai evoluir mais. A competição em si vai fazer com que ele melhore, evolua. Eu acredito, o Uisma acredita, as pessoas que lhe são mais próximas também acreditam que ele um dia vai disputar o título mundial e tudo fará para o vencer numa das mais prestigiadas federações do boxe profissional. E tudo faremos para que o Uisma seja campeão mundial", finaliza.

E o futuro? Ir aos Jogos Olímpicos de 2028 e ter uma Academia ou promotora

Uisma Lima ainda pensou em entrar no apuramento para os Jogos Olímpicos de 2024 em Paris, mas a definição de prioridades adiou o sonho olímpico. Habituado a combates de 10 a 12 rounds no profissional, treinar para entrar na qualificação olímpica exigiria outro tipo de abordagens, de preparação. No boxe amador que qualifica para os Jogos Olímpicos, são três rounds, por isso exige mais intensidade, uma melhor gestão do tempo.

Depois de pendurar as luvas, lá para os 36, 37 anos, o luso-angolano gostaria de abrir uma Academia e ser treinador, para ficar ligado ao boxe. Mas o objetivo principal é outro: ajudar os pugilistas portugueses a ganhar dinheiro lá fora, onde o boxe rende.

"O que gostava mesmo era de abrir uma promotora, aproveitar os bons contactos, levar os atletas daqui lá para fora, porque é isso que eles precisam. Quero leva-los lá fora, ganhar bom dinheiro, levá-los aos combates certos e não para arriscarem combates para perderem. Muita gente vai só pelo dinheiro e depois perdem sempre, não tem tempo para uma boa preparação e quando se vai lá fora", explica.

Com uma vida dedicada ao boxe, Uisma Lima é visto como um exemplo na sua comunidade. Chegou a Portugal com oito anos, com a mãe e o irmão mais velho. Instalou-se no Porto, chegou a viver numa instituição. Mais tarde, viria a ajudar, como auxiliar de educação numa instituição para rapazes, onde é visto como um exemplo. Ainda mantém contacto com muitos dos miúdos que lhe passaram pelas mãos e também com as pessoas com quem trabalhou.

A humildade, o trabalho árduo e a sua dedicação, poderão levar-lhe para outros palcos. Num futuro próximo, não se deixe surpreender se ouvir que um português sagrou-se campeão do Mundo de boxe. É bem provável que essa pessoa seja Uisma dos Ramos Lima.