Fabio Aru inspirou-se hoje em Vincenzo Nibali para ganhar em La Planche des Belles Filles, surpreendendo, inclusive, Chris Froome (Sky), que, apesar de um erro de cálculo, subiu à liderança da geral da Volta a França em bicicleta.

O italiano da Astana festejou a sua primeira vitória na Volta a França num local que é história viva do Tour – só vencedores finais da prova se coroaram lá no alto -, depois de ter deixado todos os favoritos pregados ao chão, com um ataque a pouco mais de 2.000 metros do alto, e de ter provocado uma substituição na geral, com o anterior líder Geraint Thomas (Sky) a trocar de lugar com o seu chefe de fila.

“É extraordinário! Ganhei a Vuelta, ganhei no Giro, faltava-me o Tour. Quando ataquei, foi para ver como estavam os outros. Esta etapa e o meu título de campeão nacional compensam a má primavera que tive. O Tour é difícil, não era o meu objetivo no início da temporada, mas passou a sê-lo quando me lesionei. Agora, vou encarar as etapas uma por uma e logo verei”, resumiu o ciclista da Astana, que confessou ter visto o vídeo do triunfo de Vincenzo Nibali (2014) na emblemática La Planche des Belles Filles.

A primeira etapa de montanha foi um convite aos ‘habitués’ das fugas, com Jan Bakelants (AG2R-La Mondiale), Edvald Boasson Hagen (Dimension Data), Philippe Gilbert (Quick-Step Floors), Thomas De Gendt (Lotto-Soudal), Thomas Voeckler (Direct Energie), aos que se aliaram Mickaël Delage (FDJ), Dylan Van Baarle (Cannondale-Drapac) e Pierre-Luc Périchon (Fortuneo-Oscaro), a saltarem para a frente de corrida logo nos quilómetros iniciais dos 160,5 a percorrer desde Vittel até La Planche des Belles Filles.

O grupo de oito fugitivos, que conseguiu uma vantagem máxima de 03.30 minutos, autorizada pela perseguidora BMC, foi perdendo peças, com Delage e De Gendt a deslocar ainda antes da subida, e também margem de manobra para o pelotão.

Com o sopé de La Planche des Belles Filles à vista, lançou-se ao ataque o combativo Gilbert, levando na roda Bakelants. Os dois foram os primeiros a iniciar os 5,9 quilómetros da subida, com uma pendente média de 8,5% e uma inclinação máxima de 20%, mas não resistiram ao ritmo imposto pelos homens da Sky – para a posteridade fica o abraço que ambos deram quando foram alcançados.

No primeiro grande teste às suas forças, os favoritos mostraram-se estranhamente cautelosos, convivendo numa ‘paz podre’, que a arrancada fulgurante de Aru, a 2,4 quilómetros do alto, desfez.

Ninguém teve pernas para responder ao vencedor da Vuelta2015, com o ciclista da Astana a embalar para o triunfo em Las Planches des Belles Filles, três anos depois de Vincenzo Nibali aí ter vencido, também com a camisola de campeão italiano vestida - acabaria mesmo por sagrar-se vencedor dessa edição.

Enquanto Aru se apressava para cortar o risco em 03:44.06 horas, atrás de si Froome tentava livrar-se dos seus rivais: o tricampeão do Tour (2013, 2015 e 2016) acelerou a 1.600 metros da contagem de primeira categoria, coincidente com a meta, e condenou o seu colega e amigo Thomas.

Com o líder da Sky seguiram apenas os outros dois grandes candidatos, o australiano Richie Porte (BMC) e o francês Romain Bardet (AG2R-La Mondiale), e o ‘outsider’ Daniel Martin. E foi precisamente o irlandês da Quick Step-Floors a surpreender, aproveitando o falso plano final para ser segundo, a 16 segundos de Aru.

Terceiro a 20 segundos do italiano, Froome trocou de posições na geral com Thomas (foi décimo, a 40 segundos), sendo o novo camisola amarela, com 12 segundos de vantagem sobre o seu colega e 14 sobre Aru.

“Quando ele [Aru] atacou, fiquei com os meus companheiros e aguardei a reação dos outros. Ninguém se mexeu. Decidi atacar, mas talvez tenha demorado demasiado a reagir. Nas últimas pendentes, que são muito duras, o Dan Martin impôs um ritmo muito forte”, explicou o britânico, que prometeu tudo fazer para manter a amarela à última etapa, em Paris.

E Froome está bem lançado para o conseguir: ao quinto dia, os seus grandes rivais estão já a uma distância confortável, com Porte a 39 segundos, Bardet a 47, Alberto Contador (Trek-Segafredo) a 52 e Nairo Quintana (Movistar), o grande derrotado da jornada de hoje, a 54.

O português Tiago Machado (Katusha Alpecin), que foi 64.º a 06.21 minutos, ocupa o 55.º lugar da geral e vai rumar à sexta etapa, uma ligação de 216 quilómetros entre Vesoul e Troyes, a 07.23 minutos do camisola amarela.

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