O Liverpool, esse clube que nasceu no longínquo ano de 1892, um histórico do futebol europeu e mundial, famoso pela sua falange de apoio, por “You will never walk alone”, mas sobretudo pelas suas vitrinas de troféus, carregadas de Taças Europeias e títulos na Liga inglesa. Na década de 70, o Liverpool foi rei carregado às costas de Dalglish e Souness.

Perdeu-se a glória, 'os reds' foram campeões pela última vez em 1990, e alcançaram a última glória europeia em 2005 na final da Liga dos Campeões, mas não se perdeu a chama. Com a contratação de Klopp, esta equipa parece que ganhou de novo a identidade que a caraterizou durante décadas. 9 anos depois, os ingleses regressam a uma final europeia.

Mas vamos à partida: O início da primeira parte até prometeu. O Villarreal entrou sem complexos e com vontade de mostrar que não vinha a Anfield apenas para preservar a vantagem na eliminatória. Essa falta de pudor ofensivo, traduziu-se logo em dois remates perigosos da autoria de Mario Gaspar e Jonathan dos Santos, que contaram com a oposição inspirada de Mignolet.

O Liverpool, depois de ter descansado grande parte das suas pedras no último fim de semana, chegou ao golo um pouco contra a corrente do jogo, beneficiando da inexperiência do guardião Aréola, chamado à equipa, de forma algo inesperada, pelo técnico García Toral.

Como que bafejado pela sorte, o golo surgiu depois de uma má saída do guardião francês, que colocou a bola nos pés de Firmino. Do cruzamento venenoso no brasileiro, surgiu um desvio inoportuno de Bruno Soriano que colocou a bola na baliza e os "reds" a vencer por 1-0. A eliminatória estava empatada. Foi com este resultado que se chegou o intervalo. A onda de adeptos espalhada pelo mundo, tornada 'red' pela causa e entusiasmo que é transmitida pelos locais parecia carregar os homens de Liverpool, como uma espécie de aura invencível.

A abrir o segundo tempo, o veterano Soldado quase gelou Anfield aos 55 minutos, com um cabeceamento ao lado. A partir daí as iniciativas do espanhóis quase se esfumaram e nem mesmo a entrada do portista Adrián Lopez, que tem sido uma espécie de herói tardio das noites europeias do Villarreal, não foi suficiente para travar o ímpeto e o balanço da equipa da terra dos Beatles.

Sturridge entreabriu a porta da final, ao fazer o 2-0. Depois de uma assistência de Firmino, o avançado dos reds rematou rasteiro, com a bola a embater no poste antes de entrar na baliza.

As coisas estavam turvas para a turma espanhola e pior ficaram com a expulsão de Victor Ruiz.

Aos 81 minutos, Lallana sentenciou e fechou à chave a eliminatória e confirmou duas tendências: A de Jurgen Klopp vencer equipas espanholas em eliminatórias europeias, já tinha derrubado o Real Madrid quando treinava o Dortmund, e ainda o azar do Villarreal que pela quarta vez chega às meias-finais de um competição europeia e pela quarta vez fica à porta do sonho.

Na final de Basileia, o Liverpool vai medir forças contra o crónico campeão da Liga Europa, o Sevilha, que vai à procura do seu título consecutivo na competição.

Onze do Liverpool: Mignolet, Clyne, Toure, Lovren, Moreno, Can, Milner, Lallana, Firmino, Coutinho, Sturridge.

Onze do Villarreal: Areola; Mario, Musacchio, Víctor Ruiz, Jaume Costa; Jonathan dos Santos, Pina, Bruno, Denis; Soldado e Bakambu.

Suplentes do Liverpool: Ward; Skrtel, Smith, Allen, Lucas, Ibe e Benteke.

Suplentes do Villarreal: Asenjo; Bonera, Rukavina, Trigueros, Samu, Castillejo e Adrián.