O futebolista Deco manifestou hoje apoio aos protestos ocorridos no Brasil nas últimas semanas e afirmou que a «revolta é de todos», citando problemas como corrupção, precariedade na saúde e na educação e lentidão na Justiça.
«Enfim um povo que se revolta!!!! Não pelo aumento do ônibus [autocarro], mas sim por um país que está crescendo prá poucos, onde tudo se tornou banal, onde tudo era aceitável (…)!!!!», escreveu o futebolista, que já jogou pela seleção portuguesa, na sua página no Facebook.
Deco disse também que se sente «impotente» por estar longe do Brasil e que se revoltava ao ouvir de amigos de Portugal, Espanha e da Inglaterra que o país estava no caminho certo.
«Que caminho é esse onde a corrupção é o pão nosso de cada dia, onde eu vejo assassinos a solta o tempo todo?», questionou.
O futebolista, que alinha agora pelo Fluminense, criticou os altos preços das escolas particulares no Brasil e o aumento do custo de vida não compensado pelos salários. «Sinceramente, não via luz no fim do túnel, mas esses dias têm sido os mais felizes», escreveu.
Deco, que é naturalizado português, mas nasceu no Brasil, mencionou também a corrupção em Portugal. «(…) Um país que amo me adotou, por sinal com muita corrupção tb (de repente essa herança não foi tão boa), mas onde fui feliz e respeitado!!!!».
O futebolista realçou que a sua página na rede social «nunca foi» para falar sobre política, religião, educação, filosofia ou qualquer outra coisa diferente do seu trabalho. Contudo, falou dos protestos por ser cidadão brasileiro.
Os protestos começaram no início de junho em São Paulo, exclusivamente contra a subida das tarifas dos transportes públicos, mas estenderam-se a outras cidades no Brasil e de outros países.
A repressão policial às manifestações motivou outras pessoas a protestarem pela paz e pelo direito de manifestação, bem como outras queixas, entre quais corrupção e a falta de transparência.
Em particular, as manifestações criticam os elevados gastos com a organização de eventos desportivos como o Mundial2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, em detrimento de outras áreas como a saúde e a educação.