O antigo internacional cabo-verdiano Joaquim Rodrigues, mais conhecido por ”Djack”, considera que, atualmente, os futebolistas cabo-verdianos preocupam-se mais com o encaixe financeiro, relegando para o segundo plano o “amor à camisola”.

Em conversa com a Inforpress, a propósito dos 39 anos de Independência Nacional, Djack disse que antes da independência, mesmo sem as oportunidades que a atualidade proporciona, existia melhores futebolistas, levando em conta a dedicação que os jovens empregavam na prática de qualquer modalidade desportiva.

Neste sentido Djack, apontou os nomes de Djudjú, Branco, Duka de São Vicente, Calazans, Luís Bastos, Toyzinho, Rufiino e Camelo como futebolistas que destacaram como “grandes protagonistas” antes e depois do 05 de Julho de 1975.

“Antes de 1975 não havia qualquer remuneração para os jogadores. Hoje temos um semiprofissionalismo que somente tem servido para aumentar a ganância dos jogadores que se preocupam mais com o que vão receber no final do jogo”, notou este antigo internacional cabo-verdiano.

Djack, que se destacou ao serviço do Sporting da Praia, disse que sempre jogou por amor ao seu clube de coração e, como prova, disse relatou que antes de qualquer partida não saía para paródia e evitava o sexo, tal era a concentração e a importância que dava aos jogos de futebol.

Para Djack, o semiprofissionalismos é benéfico para o futebol cabo-verdiano se os clubes e mesmo os jogadores encarrarem o futebol com mais paixão, advertindo que Cabo Verde ainda está longe de chegar ao profissionalismo.

No entanto, considera que que após a independência houve muito desenvolvimento em termos de condições para a prática ade futebol, com a introdução da relvado artificial e a proliferação dos campos nos diferentes bairros e em todas as ilhas.

Questionado onde é que se encontrava no dia 05 de Julho de 1975, o entrevistado da Inforpress disse que, na altura, com 28 anos, estava na “ Ponta Kutelu”, em Achada Santo António, na Cidade da Praia, a ver o içar da bandeira, no Estádio da Várzea.

Para Djack, na altura muitas pessoas eram reticentes quanto à independência, porque não tinham a consciência do que realmente significava a liberdade.

“Hoje podemos dizer que valeu a pena a independência em todos os níveis, do desporto à política”, disse Djack, anotando que, com a independência, houve 100 por cento de “positividade”, em todos os aspetos.

Djack jogou, oficialmente, apenas no Sporting Clube da Praia, tendo representado as insígnias dos “Leões” da capital, durante 21 anos.

Iniciou a competição em termos federados, em 1963, e pendurou as chuteiras em 1984, com um palmarés de 14 campeonatos de Santiago e cinco troféus destinados ao Melhor Goleador.