A direcção da Associação Regional de Futebol de Santiago Sul reivindica junto do Governo um subsídio para os atletas das diferentes modalidades desportivas do País, visando suprimir as dificuldades financeiras durante o estado de emergência, face ao covid-19.

Mário Donnay Avelino manifestou esta preocupação à Inforpress, afirmando que reconhece e aprova o subsídio que o Governo vai atribuir aos trabalhadores informais como “rabidantes” e homens da cultura, mas quer que os atletas, treinadores, clubes e associações sejam também contemplados durante este período e quarentena.

O líder da Associação Regional de Futebol de Santiago Sul (ARFSS) considera “aceitável e compreensível” esta suspensão do campeonato, alegando que todo o País está parado face a prevenção ao novo coronavírus, pelo que disse entender que o desporto, sobretudo o futebol, não pode estar em actividade.

Afiançou a sua preocupação com esta paragem, por entender que tanto as associações como os clubes sentem-se comprometidos, essencialmente com as suas despesas fixas junto dos funcionários e colaboradores directos, quando se sabe que muitos jogadores dependem totalmente da mensalidade junto dos clubes.

Nesta lógica, Donnay Avelino explicou que a associação que dirige tem despesas programadas com os seus colaboradores directos, numa altura que a prova se encontra na sua fase final, já que resta quatro jornadas da primeira divisão e uma da segunda, mas que tinha tudo alinhavado para o arranque de sub-20 e campeonato feminino.

Realçou que a paragem “oportuna e obrigatória” está  a ter reflexos directos junto dos clubes que, atestou, dependem sobretudo da associação para resolverem o problema dos atletas, treinadores, funcionários e todo o staff à volta da modalidade.

É que, para Mário Avelino, se os artistas conseguem sobreviverem mesmo estando inactivos, já que ganham suficientemente nos ‘cachets’, nos espectáculos que se realizam ao longo do ano, já os “artistas da bola” têm um vencimento que vai normalmente dos dez aos 25 mil escudos mensais juntos dos clubes.

Com esta verba, asseverou o presidente da ARFSS, os clubes conseguem sustentar financeiramente várias famílias, uma vez que o futebol em Santiago Sul movimenta centenas de jogadores, com jogos e treinos praticamente durante a semana.

Esta preocupação, realçou, é extensiva às escolas de futebol que conseguem financiamento para subsidiar os seus monitores que trabalham junto das crianças, em escolas como Bola Pra Frente, EFIP, EFSOD e Maracanã, através da mensalidade dos pais dos educandos.

É com base neste raciocínio que este dirigente desportivo, com largas andanças no mundo do desporto, sugere ao Governo para apoiar os clubes nesta problemática, para que o desporto não venha a ser considerado o “parente pobre da sociedade”, que a seu ver, afigura-se como “a mais importante desta sociedade”.

Disse que o desporto tem dado um “grande contributo” na recuperação de jovens que outrora estavam perdidos no campo da delinquência, razão pela qual lançou este apelo no sentido de as modalidades não serem excluídas deste subsídio governamental, por entender que o desporto pode ser visto como “uma grande empresa voluntária” para um bem social.

Considerando que o Executivo tem estado a fazer um “grande trabalho no campo de saúde” para evitar a propagação do vírus,  Donnay Avelino disse que a sua direcção vai fazer todo o esforço para terminar o campeonato, dependendo do levantamento desta quarentena pelas autoridades nacionais.