O clube Falcões do Norte desencadeou um processo de sensibilização dos clubes de São Vicente para a convocação de  uma assembleia-geral extraordinária da associação em que apresentará uma proposta de alargamento do campeonato da 1ª divisão para nove clubes.

Em declarações à Inforpress, no Mindelo, o presidente do clube de Chã de Alecrim, zona onde a agremiação foi fundada há 57 anos, João Dias, explicou que os Falcões do Norte, que baixaram na última época à 2ª divisão do futebol sanvicentino, foram alvo de “uma injustiça”, já que em nenhum momento o clube teve intervenção directa “nas decisões, nos actos e factos” que foram praticados desde o início do processo pela Académica do Mindelo até a tomada de decisão pela FCF.

João Dias referia-se ao acórdão nº1 de 2017 do Conselho de Justiça (CJ) da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) em que a mesma aplicou a pena de derrota nos cinco jogos em que a Académica do Mindelo utilizou o guarda-redes Ken, no último campeonato regional, por alegada inscrição ilegal.

Os  efeitos do acórdão do Conselho de Justiça da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) chegaram ao clube Falcões do Norte, que desceu automaticamente à segunda divisão.

“Tivemos a infelicidade de esse futebolista da Académica, alegadamente inscrito de forma ilegal, não ter jogado contra nós, e durante toda a segunda volta participou em jogos com os nossos adversários directos, que beneficiaram dos pontos subtraídos à Académica”, lembrou João Dias.

O dirigente sustenta que o seu clube quer que seja “reposta, de alguma forma, a justiça”, por “existir o consenso”, precisou, de que a FCF “andou mal” neste caso, ao endereçar o processo para o Conselho de Justiça para que “não houvesse hipótese de recurso”

“Julgamos que o processo deveria ser conduzido de outra forma, não havendo um órgão regional em São Vicente com competência para resolver o caso, já que a associação, entretanto, caiu, teria que ir primeiro para o Conselho de Disciplina e só depois haver a intervenção do Conselho de Justiça”, declarou.

E porque não deseja trazer “mais constrangimentos” ao futebol em São Vicente, a direcção dos Falcões do Norte propõe, assim, desde que os clubes o aprovem em sede de assembleia-geral, um alargamento para nove clubes, mais um do que os actuais oito, com a inclusão dos Falcões do Norte.

“Isto porque, se alargássemos para 10 clubes iríamos ter a necessidade de ter mais um horário, pois neste momento temos quatro jogos, dois aos sábados e dois aos domingos, com oito clubes, o que nos parece muito difícil”, exemplificou, sustentando que, com nove clubes, manter-se-ia o figurino actual dos quatro jogos semanais, dois aos sábados e dois aos domingos, com a nuance de cada equipa ficar isenta numa semana em cada volta.

“Achamos que isso não criaria constrangimentos para o campeonato e para o calendário e, de alguma forma, poder-se-ia repor a justiça, numa época que foi um caos e em que os Falcões do Norte foram apanhados no meio dessa tempestade”, concluiu João Dias.