A equipa do Santana de Morrinho entregou esta terça-feira uma carta junto da secretaria da Associação Regional de Futebol do Maio, protestando contra a decisão de lhe retirar três pontos e multa de 15 mil escudos.

Dacordo com a nota da ARFM, foi aplicada à equipa de Santana de Morrinho a punição da perda de três pontos, mais uma multa de 15 mil escudos, pela chegada tardia ao estádio municipal do Maio, no dia 17 do corrente mês, no jogo a contar para a 1ª mão da taça Djarmai, frente ao Onze Unidos.

Reagindo a essa situação, o presidente da turma de Morrinho, Agnelo Rosa, afirmou que a sua equipa nada tem a ver com a confusão criada pelo órgão que gere o futebol na ilha, visto que, segundo ele, estavam preparados para se deslocarem à cidade do Porto Inglês, desde as 13h00 do dia 17, como previsto, e que, por isso, vão protestar da decisão junto do Conselho de Disciplina e, caso a situação não se resolva, vão mais longe.

“Nós estávamos à espera do autocarro na nossa sede desde as 13h00s, mas passando uma hora, entramos em contacto com o presidente da ARFM, Odílio Neves . Mas ele não nos atendeu na altura e somente meia hora depois nos ligou, informando de que devíamos apanhar um transporte local, porque não sabia o que se passava com o autocarro”, informou.

Segundo este dirigente desportivo, só conseguiram chegar ao estádio as 15h00 e, de imediato, contactaram o delegado do jogo que lhes informou que a situação iria ser analisada.

Por isso, sublinhou, estão surpresos com a decisão tomada que, segundo informou, só lhes foram comunicado na véspera do jogo da segunda-mão, por telefone e que vieram a receber o documento no dia da partida contra a mesma equipa, o Onze Unidos.

Agnelo Rosa atribui toda a culpa a Associação Regional de Futebol do Maio que, na sua opinião, não foi feliz na escolha do seu argumento apresentado, baseando no artigo 52 alínea a) do regulamento da Federação Cabo-verdiana de Futebol que diz o seguinte “ se a falta de comparência não justificada se verificar na Taça de Cabo Verde, o clube faltoso será punido com a desclassificação e uma multa de 15 mil escudos”.

Confrontado com esta situação, o presidente da ARFM, Odílio Neves, assegurou que reconhece que a decisão tomada “é bastante injustA”, porque a responsabilidade não está do lado daquela equipa, uma vez que houve de facto um problema com o autocarro.

“Apesar de termos consciência de que a equipa de Santana não tem culpa, o regulamento nos impõe isso e, nesta situação, o árbitro é soberano, ele decidiu marcar cover, por isso não podemos desfazer da decisão tomada. Mas, mesmo assim, tentamos dialogar com a equipa dos Onze Unidos, no sentido de encontrarmos uma solução, mas esta mostrou-se intransigente”, fez saber.

Odílio Neves tem uma leitura diferente quanto a esta situação, porque na sua opinião a lei que regula o futebol estipula que caso o torneio seja realizado a duas mãos, aplica-se perda de ponto da equipa faltosa e o segundo jogo não se realiza.

Por isso, argumentou, tiveram que tomar esta medida, mesmo contra a vontade daquela organização, restando agora “compensar, de alguma forma, a equipa de Santana”.

Todavia, deixou bem claro que nem a ARFM nem a Câmara Municipal do Maio tem obrigação de garantir o transporte das equipas para participarem no campeonato regional do Maio.

Com esta decisão, a equipa dos Onze Unidos passa diretamente para a final da taça Djarmai.