A equipa do Académico 83 inicia a preparação da nova época desportiva 2018/19, com olhos postos na conquista do título, esperando que não se repetiram os "graves atropelos" ao regulamento que prejudicaram a equipa na época passada.

Em conversa hoje com a Inforpress, o treinador da equipa do Académico 83, Fernando Jorge, assegurou que o plantel da sua equipa já está praticamente fechado, tendo em vista que este ano houve saídas de alguns atletas e entrada de outros novos.

O técnico adiantou que graças a um "grande esforço" financeiro da direcção, estão em condições de "lutarem" para a conquista do título assim como aconteceu na época passada, mas esperam que não venham a acontecer interferências do presidente da ARFM na determinação do campeão regional.

Fernando Jorge da Graça lembrou ainda que a sua equipa foi vitima de vários atropelos por parte do presidente da Associação Regional de futebol, e neste particular sublinhou que o Académico 83 foi a "equipa que mais pontos conquistou dentro do campo, que mais golos marcou e que menos golos sofreu, durante o campeonato da época passada".

Segundo o treinador, a equipa negra da cidade do Porto Inglês só não conquistou o título de campeão na época passada, porque o presidente da ARFM decidiu "quebrar" os regulamentos da Federação Cabo-verdiana de Futebol, atribuindo os três pontos à equipa do Barreirense e que graças a esta "manobra" a sua adversária consegui vencer o campeonato.

Fernando Jorge da Graça advogou que, neste momento, o futebol vive o seu "pior momento" na ilha do Maio, o que, na sua opinião, tem contado com a conivência da FCF, porque não posicionou de forma clara, mesmo sabendo dos vários aspecto "ilegais" que aconteceram na época passada e não se posicionou para repor a verdade desportiva.

O treinador do Académico faz um balanço "negativo" da época passada, lembrando que ela iniciou com a realização da Supertaça, mas diz ser "inacreditável" que a ARFM, em dez meses, não tenha tido competência e nem a capacidade de finalizar esta prova que se jogou, mas que não terminou.

Lembrou ainda que foi determinado que se ia marcar as grandes penalidades posteriormente, mas, "infelizmente ficamos sem ter o vencedor".

Conforme adiantou aquele representante, durante a época passada, o presidente da ARFM voltou mais uma vez a "rasgar" o regulamento, ao realizar um campeonato da segunda divisão em três voltas, o que considera ser algo "ilegal", porque o regulamento não prevê isso.

Denunciou a "batota" feita para se determinar o campeão regional, uma situação que, na sua opinião, terá sido a maior "vergonha" do futebol na ilha.

"Temos desde a época passada e até o momento, uma situação em que o presidente da Associação Regional de Futebol do Maio está a prestar serviço a duas entidades, ou seja, ele dirige a ARFM e ao mesmo tempo desempenha funções na Federação Cabo-verdiana de Futebol", alertou.

Aquele dirigente desportivo conclui afirmando que a FCF conhece a situação e nem sequer tem se posicionado sobre este assunto que considera ser "ilegal".

Para este técnico "isso é incompatível" e o "mais grave disso tudo é que os dirigentes dos clubes, que considero ser o parente pobre do nosso futebol, aceitam que uma pessoa, que há um ano tem a residência fixa na Praia, dirige o futebol na ilha de lá para cá".