O Governo já deu orientações ao Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) para autorizar a participação do presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) no jogo Cabo Verde e Tunísia, a realizar-se este sábado naquele país.

A informação é avançada pelo Ministério da Educação e Desporto (MED) em comunicado de imprensa, onde revela ter sido «surpreendido» pela denúncia do presidente da FCF, Mário Semedo, à comunicação social, por não ter sido dispensado pelo INPS para se deslocar à Tunísia a fim de assistir ao Jogo de qualificação da Selecção Nacional de Futebol para a Copa do Mundo – Brasil 2014.

«O Ministério da Educação e Desporto informa que desencadeou as necessárias articulações para viabilizar a participação do referido dirigente nesse importante evento desportivo para Cabo Verde», precisa o comunicado.

A atitude da entidade patronal do INPS levou com que o presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol afirmasse que é «pouco valorizado» em Cabo Verde, levando em conta tudo que tem feito em prol do futebol cabo-verdiano.

Na ocasião, Mário Semedo avançou, igualmente, que, enquanto membro da Comissão Permanente da Federação Internacional de Futebol (FIFA) não foi autorizado para participar numa reunião «de muita importância» para a consecução de projetos para o desenvolvimento de futebol cabo-verdiano.

O dirigente desportivo recordou, no entanto, que na última reunião deste órgão, onde esteve presente, Cabo Verde conseguiu a aprovação de um projeto num valor de 500 mil dólares (mais de 40 mil contos).

Para explicar essa postura do INPS, que considerou «não compreensível», Mário Semedo disse ter invocado o regime jurídico de voluntariado, levando em conta o decreto-lei nº 42 -2010, de 21 de setembro, para justificar a sua dispensa.

«Esta lei diz que o Estado deve criar, claramente, todas as condições para que se possa exercer o voluntariado», explicou Mário Semedo, referindo-se ao Código Laboral cabo-verdiano.

Este responsável máximo do futebol cabo-verdiano disse, no entanto, que a sua ausência na Tunísia pode ter influência junto dos responsáveis máximos da Confederação Africana de Futebol (CAF) e da FIFA, uma vez que, conforme ressaltou, Cabo Verde, pela sua performance em termos de futebol, tem que estar representado sempre ao mais alto nível.