João de Deus voltou a falar do seu trabalho à frente da seleção de Cabo Verde. O atual treinador do Gil Vicente mostrou-se agradado com o facto de o trabalho que desenvolveu na Federação Cabo-verdiana de Futebol tenha dado frutos.

«O grande mérito do que está a acontecer tem que ser dado a quem criou o projeto, mas é certo que era preciso pô-lo em prática. As bases foram lançadas, fez-se um trabalho sério e criterioso no desenvolvimento do futebol do país. Foram dez projetos que foram criados, com valências tão díspares como a alteração do modelo competitivo, como criação de um modelo de jogo para todos os escalões, formação de treinadores e por aí fora», disse ao "Maisfutebol".

Apesar de se sentir como um dos responsáveis pelo sucesso do futebol cabo-verdiano, o ex-selecionador dos Tubarões Azuis atribui os "louros" a Mário Semedo e Lúcio Antunes, presidente da Federação e selecionador de Cabo Verde, respetivamente.

«Saí de Cabo Verde vai para três anos e a verdade é que a federação e a seleção não pararam de crescer desde essa altura. O mérito é de quem continuou com o caminho que estava definido, neste caso o presidente da federação Mário Silva e o Lúcio Antunes, que era meu adjunto e deu seguimento ao que estava definido», afirmou.

Os contornos da chegada de João de Deus à seleção de futebol de Cabo Verde em 2008 foram explicados pelo próprio ao site "Maisfutebol".

«Cabo Verde perdeu na altura o selecionador. Carlos Alhinho saiu e a seleção caiu num vazio técnico. O adjunto, o Zé Rui, pegou na equipa. Ele é de Setúbal e costumava ver os nossos treinos e ficou responsável pelo processo de treino desse microciclo de trabalho. Queria por tudo em prática sozinho. Eu achei que não era exequível e como era o mês de férias do Vitória, ofereci-me para o auxiliar. Fizemos um jogo treino com Portugal, as coisas acabaram por correr bem, e lá está: foi uma janela de oportunidade», concluiu.