O Sporting da Praia informou hoje que em setembro vai dar entrada de um processo na Procuradoria-geral da República cabo-verdiana para ser indemnizado pela federação de futebol dos prejuízos provocados pelos atrasos no desfecho do campeonato nacional.

A intenção foi avançada hoje à imprensa pelo presidente do Sporting Clube da Praia, Carlos Caetano, em resposta aos sucessivos atrasos para o desfecho das meias-finais e da final do campeonato.

O jogo da primeira mão das meias-finais entre Ultramarina de São Nicolau e Mindelense de São Vicente não foi realizado no início de junho porque, depois de dois adiamentos, na terceira data prevista não apareceram as chaves para abrir os portões do estádio em São Nicolau.

Com este caso, a Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) instaurou um processo disciplinar à Ultramarina, em que caso ficasse provada a intenção de esconder as chaves do estádio, a equipa de São Nicolau incorreria a uma pena de derrota no jogo, ficaria suspensa durante um ano e ainda teria de pagar 15 mil escudos (136 euros) de multa e indemnização à FCF.

Mas o Conselho de Disciplina (CD) da FCF considerou "improcedente" a queixa contra a Ultramarina, concluindo que não ficou provada a intenção de esconder as chaves.

A 14 de junho, o Sporting da Praia, que se apurou para a final ao eliminar a Académica do Porto Novo, mostrou indisponibilidade para jogar a final depois de hoje, dia de fim da época desportiva no país.

Carlos Caetano disse que tomou conhecimento de que os dois jogos das meias-finais entre Ultramarina e Mindelense serão repetidos, mas salientou que o clube ‘leonino’ não tem condições financeiras para suportar as atividades em agosto.

Por isso, na conferência de imprensa de hoje, disse que caso o jogo não seja marcado esta semana, o clube vai ordenar a "suspensão imediata" de todas as atividades para disputa do campeonato nacional.

"Se não marcarem o jogo até quarta-feira, quer dizer que não vamos ter jogos neste final de semana, ou seja passaremos oito semanas sem jogos, que já é de mais", protestou o dirigente.

Até agora, o presidente informou que o clube já contabilizou prejuízos de cerca de 1,5 milhões de escudos (13 mil euros) e quer ser ressarcido, por considerar que tudo isso aconteceu até agora por "erros e falhas graves" da FCF.

Para isso, informou que em setembro o clube vai dar entrada de um processo na Procuradoria-geral da República.

Em São Vicente, o Mindelense já suspendeu os treinos, informando que não conseguirá assumir as despesas com os atletas no próximo mês.