Vítor Osório foi eleito este sábado presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF), sucedendo a Mário Semedo, no cargo há mais de 15 anos e que não se recandidatou.

O jurista desempenhava na FCF o cargo de vice-presidente do conselho de justiça e é representante da federação na Confederação Africana de Futebol (CAF).

No conjunto das 11 associações regionais votantes, Vítor Osório recebeu sete votos, contra quatro de Mário Avelino, o candidato derrotado e que desempenhava as funções de presidente da Associação Regional de Futebol de Santiago Sul (ARFSS).

Votaram na assembleia-geral realizada na Cidade da Praia as 11 associações regionais de Santo Antão Norte, Santo Antão Sul, São Vicente, São Nicolau, Sal, Boavista, Maio, Santiago Norte, Santiago Sul, Fogo e Brava.

Em declarações aos jornalistas, Vítor Osório não escondeu a satisfação, dizendo que a vitória é o resultado da "sinceridade" das associações regionais que, "desde a primeira hora", acreditaram no projeto federativo.

Consciente do legado que herda de Mário Semedo, que esteve quase 16 anos à frente da FCF, Vítor Osório sublinhou que a sua equipa "tem capacidade" e formas de continuar o "bom trabalho" desenvolvido até agora.

Quanto aos primeiros passos como presidente do órgão que rege o futebol cabo-verdiano, apontou a organização e a realização das provas já marcadas, como o campeonato nacional, que arranca em maio, o inter-ilhas, em julho e agosto, e a seleção, que começa em julho os jogos de apuramento para a Taça das Nações Africanas (CAN2017).

Questionado se poderá trabalhar com o Mário Avelino, o novo presidente da FCF respondeu que isso "não é possível" porque já não se pode mexer nas listas e também porque, disse, são duas pessoas que têm "formas antagónicas e posicionamentos diferentes" de ver o futebol.

"Mário Avelino merecerá toda a nossa atenção e apoio se vier a recandidatar-se como presidente da ARFSS, mas, como deve compreender, no elenco não", esclareceu.

Por sua vez, Mário Avelino disse que entrou na corrida por interesse ao futebol, mas respeitou a decisão das associações regionais que escolheram a outra lista.

Dizendo que estava convencido que teria mais votos do que quatro associações, o dirigente sublinhou que existem "outras questões", as quais não especificou, mas vai "continuar a lutar para que o futebol seja cada vez mais representado".

Mário Avelino garantiu que continua com o mesmo espírito e afirmou que vai aproveitar as quatro associações para ser um "peso grande" na fiscalização da FCF.

Vítor Osório torna-se no sétimo presidente da FCF, fundada em 1982 e filiada na FIFA em 1986, depois de Joaquim Ribeiro, Emanuel Antunes, Orlando Mascarenhas, Carlos Dias, Luís Lopes e Mário Semedo, que esteve mais tempo no cargo.

*Artigo atualizado às 17h28.