Com objectivo de apagar a má imagem deixada em 2013, repetir ou melhorar os feitos (quartos-de-final) de 2008 e 2010, a selecção nacional entra para mais uma "odisseia" futebolística com a sua participação, a partir de 24 deste mês, na 32ª edição do Campeonato Africano das Nações da modalidade (CAN2019), a iniciar já sexta-feira, no Egipto.

Na última presença em 2013, na África do Sul, os “Palancas Negras” tiveram prestação menos conseguida, por sinal a pior de todas nesta cimeira, numa altura em que se pensava que Angola tinha garantido algum estatuto entre os grandes do futebol africano, devido aos quartos-de-final alcançados no Ghana, em 2008, e no país em 2010, assim como as presenças regulares em provas do género desde 2006.

Com apenas um ponto, um golo marcado e quatro sofridos, saldo negativo de três golos, a selecção angolana terminou a prova no 14º e antepenúltimo lugar da classificação geral, somente à frente do Níger e da Etiópia, equipas sem grande histórico nestas lides.

Face a este “pobre” cenário, o combinado nacional vai ao Magrebe “obrigado” a resgatar a “mística” do futebol angolano, apurar-se aos quartos e quiçá melhorar esta marca.

Nesta oitava presença, a árdua missão foi confiada a um grupo composto por atletas jovens e outros mais experimentados, que tem à testa o capitão Mateus Galiano, acompanhado de Djalma Campos e Dani Massunguna.

Quanto aos mais novos, destaca-se Gelson Dala, Show, Herenilson e Ndulu, que na companhia dos demais arriscarão na “luta” tendente a levar a bandeira do país ao mais alto patamar.

Resgatar o respeito adquirido no passado, sobretudo por altura da qualificação inédita ao mundial de 2006, decorrido na Alemanha, certamente não será tarefa fácil para o sérvio Srdan Vasiljevic e comandados, que vão evoluir na cidade de Suez, integrados no grupo E, juntamente com a Tunísia, Mauritânia e o Mali.

Depois de falhar as duas últimas edições (2015 e 2017), a equipa nacional tem novamente uma oportunidade para demonstrar o valor do país na maior competição de futebol africano a nível de selecções, estreando-se no dia 24, frente às Águias do Cartago (denominação da selecção da Tunísia).

Os Palancas defrontaram a Tunísia no CAN2008, no Ghana, tendo empatado a zero na última jornada da fase de grupos (D), resultado que permitiu Angola garantir, pela primeira vez, a qualificação aos quartos-de-final.

Na ronda a seguir, mede forças com a “caloira” Mauritânia, no dia 29. Apesar de ser novata nessas lides, os mauritanianos não são de todo desconhecidos dos angolanos, por terem se cruzado, curiosamente na fase de qualificação a este evento do Egipto.

Carimbaram o passe para a 32ª edição do CAN como primeiro e segundo classificados do grupo I, com vantagem para os angolanos nos resultados entre si. Vitória de 4-1,em Luanda, e derrota de 0-1, em Nouakchott.

Já na jornada derradeira, a selecção nacional enfrenta o “mal-amado” Mali. O jogo será em Ismaília, em virtude da simultaneidade dos desafios da última ronda.

Os adeptos angolanos até hoje não conseguiram digerir o empate a quatro golos no CAN2010, em solo angolano. A vencer por 4-0, o combinado nacional deixou-se empatar nos últimos treze minutos do encontro.

Representarão o país no CAN do Egipto Landu, Toni Cabaça, Ndulo (Guarda-redes), Isaac, Massunguna, Paizo, Edy Afonso, Wilson, Bastos, Jonathan Buatu, Bruno Gaspar (Defesas), Herenilson, Show, Macaia, Stélvio Cruz, Djalma Campos, Freddy, Geraldo (Médios), Mabululo, Mateus Galiano, Wilson Eduardo, Gelson Dala e Evandro Brandão.

Os Palancas Negras já estiveram nos campeonatos africanos da África do Sul (1996), Burkina-Faso (1998), Egipto (2006), Ghana (2008), Angola (2010), Gabão/Guiné-Equatorial (2012) e África do Sul (2013).